quinta-feira, 30 de abril de 2015

O ESTADO E O SETOR PRIVADO SEGUNDO CRITÉRIOS ÉTICOS


A iniciativa privada é sem dúvida um agente facilitador da empregabilidade e da criação de riqueza de uma nação. Contudo, é importante fomenta-la e incentiva-la segundo critérios éticos e sociais tendo em conta o perfil da sociedade onde se insere.

As nações que enveredam para um processo de incremento e alavancagem das suas economias sofrem pressões internas e externas que, às vezes, não se compadecem com as lógicas que assentam em princípios éticos de gestão e da boa governação das políticas em matéria de regulação e da defesa dos interesses públicos.

Na verdade, os riscos associados a tais pressões resultam na forma como são encarados os posicionamentos e participações na esfera privada e nos interesses subjacentes aos serviços requisitados pela administração pública. É, por isso mesmo, importante acautelar tais posicionamentos e lógicas de participação “dual” nos investimentos que se pretendem imprimir.

Como é lógico, o veículo do crescimento é o investimento e a primeira condição do investimento é a confiança. No caso da Guiné-Bissau, dada a atual conjuntura, é até concebível que o maior volume de investimento, face à dinâmica pública que se avizinha, seja de iniciativa privada - nacional ou através de Investimento direto estrangeiro - uma vez que a parcela do investimento público terá de ser seletiva, reservada a uma análise custo-benefício e aos resultados esperados: à medida que a situação orçamental melhorar poderá o investimento público ser intensificado em áreas que apenas têm a ver com as funções do Estado.

Porém, o facto de a Guiné-Bissau ser uma economia aberta e de mercado, muito exposto as variáveis externas da dependência regional, em tempo de globalização acentuada e de complexificação das engenharias jurídicas e financeiras, deve atribuir a maior importância as funções de regulação, supervisão e inspeção que, asseguradas pelo poder político e público, são uma condição essencial da garantia de funcionamento dos mercados e das entidades que nele interagem, bem como da imparcialidade da administração e dos seus funcionários.

Ou seja, a garantia de confiança dos agentes públicos neste empreendimento e na forma como devem ser observados os processos de interação com os privados é de tal forma importante que implica uma redobrada atenção dos respetivos atores.

Assim, as instituições do Estado, como ativos de regulação, devem garantir um serviço público de qualidade e em perfeita sintonia com o princípio da eficiência que impõe à administração pública e a seus agentes a persecução do interesse comum por meio do exercício das suas competências de forma imparcial, neutral, transparente, participativa e eficaz. Portanto, revalorizar um Estado imparcial perante as empresas, intransigente quanto a atividades ilícitas, e transparente com os seus serviços, constitui, desde logo, uma obrigação reformadora e condição essencial para o reforço de confiança dos cidadãos nas instituições públicas.

Para garantir este suporte e mecanismo de atuação é importante, também, obrigar às empresas maior transparência no cumprimento dos seus deveres éticos e de responsabilidade social. É igualmente importante separar as funções públicas das funções privadas, ou seja, quem desempenha cargos públicos não pode participar nem tomar decisões em matéria de interesse privado, por motivos de conflito de interesses, quanto menos acumular funções públicas e privadas, uma vez que não se compadecem com os critérios éticos tendo em conta a necessidade de regulação do próprio sistema que se pretende perfeito, eficaz e sério.

Por outro lado, as relações que, a todos os níveis, o setor empresarial mantém com o Estado, devem subordinar-se sempre às regras de conduta e da boa disciplina, através do cumprimento de todas as suas obrigações perante o Estado, repudiando as eventuais práticas de corrupção dos agentes do Estado sempre que delas tomem conhecimento e, ainda, responder atempadamente e com total transparência às solicitações quando fundamentadas no interesse geral dos poderes públicos e respetivos agentes reguladores e fiscalizadores.

Mais, parece-me de todo importante ponderar a criação de um Código de Ética que tenha por base a questão da responsabilidade social empresarial para com o Estado e este para com as empresas, definindo os limites e os pressupostos em que a relação deverá ocorrer sempre na lógica da separação dos poderes entre o regulador e regulado.

A confiança entre os atores públicos e privados, bem como a necessidade de uma regulação em perfeita sintonia com a ética e responsabilidade social, deve consubstanciar-se numa garantia de relação mútua subordinada aos reais interesses da nação.

Talvez atuando na origem dos problemas que caraterizam o setor público e sua relação com o privado, tendo em conta a necessidade de parcerias responsáveis e sólidas, seja possível disciplinar eticamente o tecido produtivo que se pretende para o país.

Lisboa, 30-04-2015


Luís Vicente

«DESCENTRALIZAÇÃO» PEDRO PIRES DEFENDE INVESTIMENTO NAS ÁREAS RURAIS EM ÁFRICA PARA EVITAR A MIGRAÇÃO DAS POPULAÇÕES DO CAMPO PARA A CIDADE


Antigo chefe de Estado cabo-verdiano participa em fórum internacional em Luanda.

O antigo presidente de Cabo Verde Pedro Pires aconselha as lideranças africanas a aliarem o crescimento urbano e a construção das mega-cidades à melhoria das condições sociais no meio rural para se evitar a migração das populações do campo para a cidade. Líder associativo diz que os conselhos do antigo estadista cabo-verdiano deviam ser acatadas pelas autoridades angolanas. 

Pedro Pires, que fala como convidado especial durante o II Fórum sobre Investimentos em Infra-estruturas Urbanas em África, que se realizam em Luanda, disse que o crescimento das cidades africanas, decorrente das migrações internas, tem acarretado problemas, tais como a concentração da pobreza e os bairros periféricos de lata, que por sua vez estão na origem do aumento da insegurança publica e instabilidade política.

O antigo presidente de Cabo Verde sustentou que o movimento das populações do campo para a cidade têm sido causados sobretudo pelo desenvolvimento desequilibrado entre os povos urbanos e os povos rurais, o que tem acarretado maior pobreza e a falta de serviços públicos de melhor qualidade para as populações rurais.

Por seu lado, o responsável da SOS Habitat Rafael Morais considera que em Angola as autoridades não têm sabido implantar pelo país infra-estruturas que permitam mitigar as assimetrias regionais e que deviam seguir o que disse Pedro Pires.

voaportugues

MINISTÉRIO DA SAÚDE DESMENTE SUSPEITAS DE ÉBOLA NA GUINÉ-BISSAU


O diretor-geral de Saúde da Guiné-Bissau, Nicolau Almeida, desmentiu hoje a existência de casos suspeitos de Ébola no país, concretamente na região de Tombali, que faz fronteira com a Guiné-Conacri.

"Dadas as informações que estão a ser veiculadas sobre a existência de casos da doença pelo vírus Ébola na Guiné-Bissau (...), o Ministério da Saúde Pública informa que, até à data, não existe nenhum caso confirmado ou suspeito da doença no país", declarou Nicolau Almeida em conferência de imprensa, em Bissau.

O responsável reconheceu ser "fundamental manter os níveis de prevenção" e pediu o reforço dos "níveis de prevenção e de higiene".

Na última semana, o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Guiné-Bissau, Ayigan Koffi, afirmou ter a sensação de que existe "um certo relaxamento" em termos de medidas de prevenção do vírus Ébola no país, referindo que em certos locais públicos já não há baldes de água para a lavagem das mãos e se existirem esses dispositivos a população nem sequer se dá ao trabalho de os utilizar.

Afirmou ainda que em certos casos há baldes com água, mas já não existe lixivia nem sabão para a lavagem das mãos.

O diretor-geral de promoção da Saúde guineense não comentou as afirmações do representante da OMS.

Diário Digital com Lusa

«OPINIÃO DESPORTIVA» ESTÁDIO LINO CORREIA - (REMODELAÇÃO)

                              
Remodelação estádio Lino Correia não beneficia os clubes de interior do país, pois qualquer clube que se desloca à Bissau esta condenado a partida a perder devido os seus jogadores têm que se adaptar no mesmo dia a condição da relva sintética. Isto se chama desenvolvimento? Não! Chama-se “cultura de mama taco “

Se as outras razões não existissem logo, antes de qualquer plano de desenvolvimento ou remodelação desportivo devem colocar a eles mesmos dois tipos de questões: Primeiro que desporto queremos desenvolver? E como é que vamos desenvolver e daí, elaboram estratégias, delineiam planos, equacionam programas, constroem projectos.

É assim que o Cabo-verde fez, a dez anos atrás, não tinha nenhum campo relvado e hoje, os responsáveis cabo-verdianos conseguiram relvar todos os campos existentes na ilha, o dinheiro da FIFA foi empregue na integra para o benefício do desporto, sabem de antemão que o país que irá ganhar com isso sobretudo, a camada jovem. Actualmente, Cabo-verde é uma das melhores selecções da África devido o bom empenho dos seus dirigentes.

Considero que o equipamento desportivo é um elemento fundamental base material de qualquer política desportiva; ninguém certamente contesta se vê melhores condições nos clubes, que o desporto nos clubes pode ser um dos meios importantes no desenvolvimento dos jovens. E todavia nos quadros das opções possíveis dos jovens, a possibilidade efectiva de praticar desporto não é correspondida na Guiné. Há que procurar corrigir essa situação.

Os jovens terão culpa da nossa visão limitada, da nossa passividade ou entrega à rotina do dia-a-dia, da nossa falta de capacidade de organização ou iniciativa?

Quantas vezes as nossas boas intenções esbarram com a própria incompreensão do real valor de acção de cada um na escala social, do trabalho, ou do desporto, ou com a ausência de perspectiva sobre uma iniciativa relacionada com parte ou o todo do meio envolvente? 

O futuro do desporto depende do espírito de missão dos dirigentes, educadores, não esquecendo que tal ainda encerra o seu exemplo de cidadãos honestos e trabalhadores, espírito de disciplina e de organização, método de trabalho e capacidade de iniciativa, o conhecimento profundo da juventude e dos seus problemas.

O futuro pertence à juventude, aquela juventude que nós desejamos ardentemente que em cada etapa da sua formação consiga mais e melhor do que as gerações antecedentes. Dirigentes, a sua acção sobre a juventude depende da forma como hoje se organizarem desde a compreensão execução de princípios doutrinários, qua a tudo devem presidir, até a atenção sobre o mais ínfimo pormenor de trabalho no terreno desportivo- treino, competições, calendários, relação com órgãos de informação, público, material.

Uma política que despreza a construção de estádios é uma política morta, como uma casa sem vida. Se as «pedras vivas», não constituírem para nós motivo de prioridade, «enriqueceremos» o país, por certo, com «pedras mortas», neste caso, estádios do interior do país sem remodelação, isto é, um desporto desumanizado sem vigor nem solidariedades. 

OBS. Próximo artigo: Empresários Guineenses de Jogadores


Lisboa, 30 de Abril de 2015.

Kecói Queta



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«ELEIÇÃO NA CCIAS» BRAIMA CAMARÁ PROMETE CONSTRUIR CASAS DE BANHO NOS MERCADOS DE BISSAU


Bissau,30 Abr 15 (ANG) - O candidato a sua sucessão na presidência da Câmara de Comercio, Industria, Agricultura e Serviços (CCIAS), Braima Câmara prometeu construir casas de banho nos mercados de Bissau se for reeleito e tiver o aval da Câmara Municipal de Bissau.

Camará que falava aos jornalistas após a visita que efectuou na quarta-feira aos mercados de Bissau considerou de lamentável a situação em que se encontram as feiras de Bissau.

Braima Camará visitou os mercados logo apos se ter lançado na corrida para sua reeleição na presidência da CCIAS cuja votacaoesta prevista para o dia 10 de Maio.

"Com esta nossa visita e no quadro da parceria publico privado, vamos promover um dialogo inclusivo e abrangente com o Governo de forma a ajudar a mobilizar recursos para resolver os problemas de casas de banho que é geral em todos os mercados de Bissau", prometeu o candidato.

Asseverou ainda que irá envidar esforços no sentido de resolver os problemas de câmaras frigoríficos nos mercados para que os comerciantes possam conservar os seus pescados e frutas.

Garantiu por outro lado que, no mesmo quadro, irá diligenciar para que haja um ambiente de segurança nos mercados, com a colocação de agentes de segurança para dissuadir os malfeitores.

"Vamos envidar esforços para a criação de postos médicos em todos os mercados de Bissau para que garantam a cobertura de pronto socorro em casos de emergência", disse Camará.

Braima Camará sublinhou que serão um conjunto de desafios que hoje e mais do que nunca está convicto e determinado a levar a cabo, graças a sua experiência e amizades angariadas junto de outros empresários mundiais que estão dispostos a ajudar a CCIAS.

Para a eleições na CCIAS concorrem além de Braima Camará, os empresários Mama Saliu Lamba e Braima Canté.

«DOA A QUEM DOER!!!»PM DA GUINÉ-BISSAU CONSIDERA "CORAJOSAS" MEDIDAS FISCAIS E CONTROLO DE DESPESAS


O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, considerou "corajosas" as medidas tomadas pelo seu Governo para controlar as despesas do Estado e a fiscalidade no país, fazendo aumentar as receitas tributárias.

"As receitas fiscais têm vindo a aumentar de forma significativa em relação aos anos anteriores, devido a medidas corajosas adotadas pelo Governo, nomeadamente o controle das faturas e a drástica redução das despesas não tituladas", referiu, num encontro, na quarta-feira, com dirigentes da Nações Unidas, citado num comunicado do Governo guineense.

Domingos Simões Pereira falava através de videoconferência com o grupo de conselheiros do Fundo para a Consolidação da Paz da ONU, numa ligação estabelecida entre o escritório da missão das Nações Unidas em Bissau e Nova Iorque.

Na conversa, o primeiro-ministro admitiu que "tais medidas [ao nível do controlo de despesas] têm, no entanto, provocado algum mal-estar, por hábitos consolidados e interesses vários".

A Guiné-Bissau tem vivido ciclos de instabilidade crónica em 40 anos de independência, tornando difícil o combate à corrupção e a regularização da economia, feita quase na totalidade de forma informal, sem registos.

As eleições de 2014 puseram fim ao período de transição provocado pelo golpe de Estado de 2012 e o lema do executivo liderado por Domingos Simões Pereira é de que, desta vez, "a terra arranca".

De acordo com o comunicado do Governo, o primeiro-ministro referiu no encontro com dirigentes da ONU que "apesar do resultado das eleições ter ditado uma maioria absoluta para o PAIGC, hoje o momento não é de afirmar legitimidades, mas de estabelecer compromissos e assegurar que todos se sintam relevantes e envolvidos".

O Fundo para Consolidação da Paz da ONU é uma das entidades que pretende apoiar financeiramente projetos de apoio que devem culminar no desenvolvimento da Guiné-Bissau.

Nesse sentido, Simões Pereira realçou que "a Guiné-Bissau vive um momento especial em que existe um alinhamento das principais autoridades do país, e da sociedade civil, a favor da criação de um ambiente de confiança".

A conjuntura "é favorável à receção das ajudas prometidas e capazes de produzir os resultados preconizados" no seguimento da mesa redonda de doadores realizada em março, em Bruxelas, concluiu o primeiro-ministro.


LFO // VM

Lusa/Fim

LÍDER DO PARLAMENTO DA GUINÉ-BISSAU QUER ERIGIR ESTÁTUA DO EX-PRESIDENTE NINO VIEIRA


O presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, vai apresentar aos deputados uma proposta para que seja erigida na capital uma estátua do ex-Presidente Nino Vieira, anunciou o próprio à agência Lusa.

Segundo referiu, a obra conta com o apoio de Cuba, país de onde Cipriano Cassamá regressou na última semana, após uma visita de trabalho de sete dias.

Nino Vieira foi assassinado no dia 02 de marco de 2009, na sua residência particular, em Bissau, por homens armados, em circunstâncias nunca apuradas pela Justiça.

Foi Presidente da Guiné-Bissau durante cerca de duas décadas, em duas ocasiões diferentes, durante e após a era do partido único (PAIGC).

O monumento pretende ser uma homenagem da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento guineense) a Nino Vieira que foi, também, o seu primeiro presidente, e nessa qualidade o autor do discurso da proclamação da independência unilateral da Guiné-Bissau, em 1973.

João Bernardo Vieira é igualmente "um dos líderes incontestáveis" da luta pela autodeterminação do povo guineense, reforçou Cipriano Cassamá.

A homenagem "aos símbolos do Estado guineense revela-se importante na construção do presente" do país e na "edificação do futuro", justificou o presidente da ANP.

"Queremos que o passado fale", para que se reconheça o "papel importante" de Nino Vieira na edificação da Nação, acrescentou.

"É uma homenagem que deve colher o consenso de todos os deputados da Nação pelo papel desempenhado por esta importante figura nacional que foi também um deputado", declarou Cipriano Cassamá.

A sessão parlamentar em que o assunto será submetido a discussão e votação ainda não tem data marcada.

MB // VM

Lusa/Fim

A UNIAPAC ÁFRICA QUER INSTALAR-SE NA GUINÉ-BISSAU


Na sequência de uma importante delegação eclesiástica da UNIAPAC ÁFRICA, que irá visitar o nosso país, o presidente da Associação Cristã de Gestores e Dirigentes (ACGD), Sr. Zeverino Estevão Juliana, à frente de uma delegação e acompanhado do Bispo de Bissau, Dom José Câmnate na Bissign, hoje, dia 30 de abril, foi recebido pelo Chefe do Governo, Sr. Domingos Simões Pereira.

A UNIAPAC é organização da igreja católica espalhada pelos seguintes continentes: África, América e Europa. Estando a sua abertura também para a Ásia.

O propósito da visita segundo o presidente da organização é tentar trabalhar com a igreja local, em colaboração com o Sr. Bispo para organizar o movimento cristão na Guiné. Mas, para que isso aconteça, há duas dimensões de tratamento: a institucional e a cristã, daí o encontro com o Sr. Primeiro-Ministro. Questionado sobre a matéria tratada, disse: “Com o Sr. Primeiro-Ministro, trocamos impressões como organizar esse movimento aqui. Pensamos que as condições estão criadas para colocarmos a nossa organização aqui. Porque a Guiné precisa de formação e um leigo bem formado pode ser um bom dirigente e um bom empresário, para o desenvolvimento da economia da Guiné-Bissau”

Bissau, 30 de abril 2015

Carlos Vaz
/Conselheiro para a Comunicação e Informação/




FRONTEIRAS ABERTAS AOS CAPITAIS. E AOS SERES HUMANOS?


Para o conservadorismo europeu, a União Européia tem as mãos limpas. Não é culpada pelas guerras das quais fogem os náufragos que morrem em suas fronteiras.

“Que a vida humana seja prioridade nas ações de controle das fronteiras,” exortou a Anistia Internacional, semana passada, aos chefes de estado europeus reunidos durante quatro horas, em Bruxelas, para discutir a questão das migrações maciças em direção à UE. Passada a grande comoção com os mais de mil imigrantes africanos, na sua maioria sírios, somalis e eritreus mortos nos naufrágios nas costas da África no tempo de apenas uma semana, são os terremotos no Nepal, a erupção do vulcão Calbuco, no Chile e as manifestações de repúdio por ocasião do centenário do genocídio armênio que desalojaram rapidamente do noticiário principal “a crise humanitária mais grave, desde a Segunda Guerra Mundial,” como insiste em anotar Geneviève Garrigos, presidente da Anistia Internacional na França. Era de se esperar na era midiática de hoje, da descartabilidade e da aceleração de eventos que se sucedem vertiginosamente. O Alto Comissariado para Refugiados da ONU, porém, calcula em 1 776 imigrantes mortos, este ano, no Mediterrâneo. O que parece também esquecido.

Para Garrigos, a política da UE de fechar suas fronteiras terrestres favoreceu a criação de redes mafiosas de traficantes de seres humanos que procuram entrar na Europa pelo Mediterrâneo. “Os contrabandistas proliferam e exploram o desespero dessas pessoas que atravessam mais de mil quilômetros de deserto para chegarem aos embarcadouros na maioria na Líbia.”

Garabulli, um dos principais portos onde os imigrantes são embarcados, situado a 30 quilômetros de Trípoli, é onde os africanos que chegam do Saara vindos de Gana, do Senegal e da Nigéria, notadamente, trabalham durante meses ou anos na construção de casas de veraneio de um resort para famílias ricas da Líbia (!) e reúnem os euros necessários para pagar a temerária viagem. Benghazi, Kammash, Bouri, Musrata e mais alguns outros são mais do que conhecidos pontos onde o tráfico dos boat people deste século opera.

“Os governos e os partidos políticos contribuíram para a atual situação dramática,” diz a presidente da Anistia Internacional na França. Eles não podem abdicar da sua responsabilidade nas tragédias que vêm ocorrendo, denuncia um documento publicado por essa ONG intitulado 'Os náufragos da vergonha na Europa'.

Apenas a rigorosa política de repressão ao tráfico, com uma frota de navios de guerra prontos para destruir os precários barcos de contrabandistas, como propôs François Hollande na recente reunião de Bruxelas (para se tornar efetiva a proposta dependerá de uma Resolução do Conselho de Segurança da ONU que poderá demorar meses e até anos para ser anunciada) parece – parece? – mesmo equivocada.

O objetivo é diminuir o fluxo migratório e impedir que os africanos deixem a África. No entanto, as fronteiras nunca foram tão seguras e tão vigiadas como hoje, em terra e mar; e nunca as tragédias foram tão frequentes, observa Garrigos que acrescenta: “As medidas planejadas na cúpula são requentadas.” Ou seja: blá-blá-blá – e o perfume do cinismo está no ar.

Mas há também novos argumentos e estudos independentes já realizados no sentido de encontrar uma solução humanitária e generosa para esses que fogem da tragédia da África e do Oriente Médio e que ao mesmo tempo caminhe com a economia do velho continente sem piorar o combalido mercado de trabalho dos europeus. Mas também parece que as pesquisas feitas não estão sendo levadas em conta pela União Europeia, conglomerado de 28 países dos quais apenas cinco carimbam vistos, em conta gotas, nos passaportes de imigrantes - o que estimula o tráfico de pessoas e a clandestinidade.

Os outros 23 governos fingem que o assunto não é com eles e se fazem de surdos, como o atual presidente do clube, o conservador Jean-Claude Juncker, e o presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk – um dos padrinhos do caos ucraniano -, que gargarejou: “A Europa não causou esta tragédia, mas não quer dizer que ela lhe seja indiferente”. Para ele, a União Européia tem as mãos limpas. Não é culpada pelas guerras das quais fogem os náufragos.

Já Frederic Leggeri, diretor-geral da Operação Frontex, criada para substituir a Operação Mare Nostrum, dos italianos, em andamento, lembra que esse corpo de agentes “não tem por missão salvar vidas”, e se assim o faz é pela imposição do “direito marítimo”. “O objetivo da Frontex é controlar e triar as entradas de imigrantes irregulares,” ele declara, instalado na sua zona de conforto.

Um dos estudos apresentado pelo Centro de Estudos e Pesquisas Internacionais em Paris mostra, no entanto, que autorizar as migrações para limitá-las pode ser interessante. “Uma fronteira fechada não detém um imigrante que pagou cinco mil dólares a um traficante e está prestes a arriscar sua vida,” diz a cientista política Françoise Gemenne. “Em Ceuta e em Melilla uma pessoa pode tentar cinco, dez, cem vezes a passagem.” Sangrando, ferida nas paliçadas de ferro, mas tenta. “A interdição não impede nada. Só aumenta o risco de vida.”

Esta ONG ressalta as políticas negativas desenvolvidas pela UE nos anos recentes e deplora a falta de generosidade europeia. Enquanto quatro milhões de sírios se encontram refugiados em países vizinhos, Líbano e Jordânia, a Europa acolheu 40 mil pedidos de asilo nos dois últimos anos. Deles, 30 mil foram aceitos pela Alemanha.

Para a Anistia a única solução seria a retomada da operação dos italianos, a Mare Nostrum, em nível europeu, mais eficiente que a Triton, da Frontex, porque além de fiscalizar as fronteiras marítimas ela resgata imigrantes náufragos - salvou 170 mil vidas humanas entre outubro de 2013 e outubro de 2014. Para duas economistas da Universidade de Toulouse e da City University de Londres, Emmanuelle Auriol e Alice Mesnard, estudiosas do tema, a proposta é a de vender vistos de entrada mais baratos que os valores estipulados pelos traficantes e ao mesmo tempo reprimir severamente o mercado negro do trabalho de ilegais nos países europeus. Ambas reconhecem que esta ideia não é de agrado dos patrões, é claro. Para ser colocada em prática ela exige coragem política para enfrentar governos liberais e conservadores e mesmo os outros, dos tímidos socialistas.

Já o grupo Migreurop, composto de militantes e pesquisadores europeus e africanos, propõe usar a Tunísia como laboratório para testar a estratégia da abertura de fronteiras. Os governos da UE não estão dando atenção a essa outra ideia assim como se abstêm de analisar os diversos estudos realizados pelos que integram a ONG Mobglob. Eles já provaram que os que entram, participam do aumento da riqueza econômica do país que os acolhe mesmo não sendo os chamados “imigrantes econômicos” – os que convêm a cada país.

Entre os grupos progressistas a voz geral é a de que, assim como os capitais, bens e serviços circulam livremente, no mundo, os seres humanos devem ter o mesmo direito. É o que recorda até o The Economist. Mais uma utopia de um mundo sem terrorismo onde os países não precisariam se fechar e se defender agressivamente?

A cúpula da semana passada, porém, forçou os governos do continente a admitirem, ao menos em parte, que a sua política de asilo é um fracasso moral e político. Decidiu-se triplicar o orçamento de três milhões de euros por mês para a Operação Triton. Prometeu-se revisar o pesadelo e o descalabro da situação de alguns centros de detenção de ilegais (com os sobreviventes do êxodo), semelhantes em alguns casos a campos de concentração. Recentemente, um jovem se suicidou num deles, na Grécia. O fato ocasionou um pedido público de desculpas do governo que depois do incidente trágico está liberando, aos poucos, milhares de refugiados confinados ilegalmente durante longos períodos contrariamente ao que reza a Declaração de Direitos Humanos. 

O orçamento da UE para este ano é de 161.800 milhões de euros. Apenas a Itália, sozinha, gasta o mesmo valor com a sua Mare Nostrum - nove milhões de euros prometidos agora para a Frontex. São números sovinas que constrangem aqueles europeus que lutam para manter um estado de bem estar social em casa e fora dela.

Como escreveu o experiente jornalista português José Goulão no seu site, Jardim das Delícias, se referindo à cúpula de sete dias atrás: “Deixo-vos a pérola patética do impagável Hollande: Eu gostaria que tivéssemos sido mais ambiciosos… Então, o que os impediu?” indaga Goulão.

cartamaior

GUINÉ-BISSAU LANÇA PROGRAMA DE FINANCIAMENTO PARA PROMOVER SECTOR PRIVADO


A Secretaria de Estado do Plano e Integração Regional e a Corporação Financeira Internacional (IFC) rubricaram recentemente em Bissau um acordo de cooperação que culminou com o lançamento e a abertura do programa “Africa Leasing Facility II” na Guiné-Bissau.

O referido acordo foi rubricado pelo secretário de Estado do Plano e Integração Regional da Guiné-Bissau, Degol Mendes e por Jérôme Cretegny, pela IFC, do grupo Banco Mundial, na presença de empresários e representantes do sector privado nacional.

O programa em causa irá estabelecer e promover um sistema de locação financeira que atenda às necessidades de financiamento das pequenas e médias empresas (PME) bem como de microempresas (ME), deixando-as mais bem apetrechadas para contribuir, de forma significativa, para a reconstrução pós-conflito.

A IFC irá disponibilizar serviços de consultoria para as várias partes interessadas e irá apoiar o governo da Guiné-Bissau na reforma do quadro legislativo e regulamentar para a concessão de crédito bem como fortalecer os parceiros técnicos para garantir o acesso mais eficaz ao crédito para as PME e ME.

A Corporação Financeira Internacional disponibilizou em 2014 mais de 22 mil milhões de dólares em financiamento para melhorar as condições de vida nos países em desenvolvimento e resolver os seus desafios mais urgentes, sendo uma instituição exclusivamente centrada no apoio ao sector privado. (Macauhub/GW)

CHEFE DO GOVERNO GUINEENSE EM VIDEOCONFERÊNCIA NA UNIOGBIS


Hoje, 29 de abril, pelas 13 Horas, teve lugar uma Videoconferência entre o Governo da Guiné-Bissau, Representado pelo Chefe do Governo que tinha em sua companhia o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e Comunidades e a Ministra da Defesa Nacional; a UNIOGBIS, contou com a presença do Representante Especial do Secretário Geral das Nações Unidas na Guiné Bissau (partes presentes em Bissau) e o Grupo Consultivo do Fundo, com o seu Presidente Nigel Roberts e o Presidente da Configuração Guiné-Bissau do Comité de Consolidação da paz, Embaixador António Patriota (todos em Nova Iorque).

A videoconferência serviu para uma troca de notas sobre o processo político em curso e o Plano Prioritário previsto para dois anos, 2015-2017, que deve cobrir quatro áreas, a saber:

1) Diálogo e Reconciliação Nacional;
2) Reforma do Sector da Defesa e Segurança;
3) Reforma do Sector da Justiça;
4) Dividendos da Paz (com enfoque em jovens e mulheres)

Este Plano, aprovado em Bruxelas, irá financiar projectos, no valor de 10 milhões de dólares americanos, anunciados na Mesa Redonda e faz parte do pacote global anunciado por todo o Sistema das Nações Unidas. O PBF encontrando-se numa posição privilegiada disponibilizou-se para em estreita colaboração com o Governo, trabalhar para apoiar à Guiné-Bissau.

Os intervenientes foram, o Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, Miguel Trovoada e o Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira.

Na sua intervenção o Presidente Miguel Trovoada sublinhou que “hoje, existe uma oportunidade histórica para a Guiné-Bissau de avançar para um caminho mais estável e próspero.”

O Chefe do Governo agradeceu os promotores, falou das linhas pragmáticas de desenvolvimento defendidas pela Guiné-Bissau no Plano Estratégico “Terra Ranka”, e respondeu às várias questões colocadas pelos presentes, Estados membros da configuração.

Numa interação muito animada de cerca de 2 horas, o Primeiro Ministro afirmou, entre outras asserções: “Que a Guiné-Bissau vive um momento especial em que existe um alinhamento das principais autoridades do país, e da sociedade civil, a favor da criação de um ambiente de confiança, favorável à recepção das ajudas prometidas e capazes de produzir os resultados preconizados”…

Respondendo à questão sobre o que diferencia o actual momento dos anteriores, o PM referiu que, “…apesar do resultado das eleições ter ditado uma maioria absoluta para o PAIGC, hoje o momento não é de afirmar legitimidades mas de estabelecer compromissos e assegurar que todos se sintam relevantes e envolvidos.

Sobre as mulheres, afirmou: “Nós acreditamos que as mulheres formam uma componente importante do grupo alvo das ações programadas e na implementação dos projectos de desenvolvimento”. Concluiu dizendo que, do ponto vista económico, segundo os últimos dados o país está a crescer. As receitas fiscais têm vindo a aumentar de forma significativa em relação aos anos anteriores, devido a medidas corajosas adotadas pelo Governo, nomeadamente o controle das faturas, e a drástica redução das despesas não tituladas. Tais medidas têm no entanto provocado algum mal estar, por hábitos consolidados e interesses vários.”

Bissau, 29 de abril 2015



/Conselheiro para a Comunicação e Informação/





quarta-feira, 29 de abril de 2015

MAIS DE 20 TONELADAS DE CAJU PARA CONTRABANDO APREENDIDAS NA GUINÉ-BISSAU - GOVERNO

O ministro do Comercio da Guiné-Bissau, Serifo Embaló, disse hoje à Lusa terem sido já apreendidas nas fronteiras do país com o Senegal mais de 20 toneladas da castanha do caju em contrabando.

No ano passado, disse o governante, passaram em contrabando mais de 70 mil toneladas da castanha guineense para o Senegal, situação que o Governo de Bissau quer prevenir, adotando medidas repressivas na campanha de colheita e comercialização deste ano, que arrancou a 18 de abril.

Quem for apanhado a tentar vender castanha de caju da Guiné-Bissau para o Senegal, em circuito ilegal, terá o produto confiscado, bem como o transporte, e ainda pagará uma multa ao Estado, esclareceu o ministro do Comércio guineense.

Serifo Embaló disse ainda que o denunciante de uma tentativa de venda da castanha ao Senegal terá direito a 40 por cento do valor da venda dos produtos apreendidos, igual valor vai para os agentes estatais que tenham participado na apreensão e os restantes 20 por cento para um fundo de fiscalização.

Como forma de estancar o contrabando da castanha de caju, o Governo decidiu este ano centralizar toda a exportação no porto comercial de Bissau.

"São medidas tomadas pelo Governo para sustentar a economia nacional. O nosso país é frágil em termos de receitas", declarou o ministro do Comércio guineense.

Em condições normais, a Guiné-Bissau exporta (sobretudo para o mercado indiano) entre 150 mil e 170 mil toneladas da castanha do caju por ano, mas com o contrabando do produto em 2014 foram vendidas apenas 136 mil toneladas, salientou Serifo Embaló.

A meta do Governo para este ano é exportar 200 mil toneladas, disse.

MB // VM

Lusa/Fim

GRAÇA MACHEL: VIÚVA DE MANDELA EXORTA ÁFRICA DO SUL A ACORDAR PERANTE XENOFOBIA


A viúva do Presidente sul-africano Nelson Mandela, Graça Machel, instou hoje a África do Sul "a acordar" antes que a violência xenófoba que enlutou o país no início de abril se volte contra os próprios sul-africanos.

"Gostaria de dizer -- porque há pessoas neste país que perguntam se estes ataques são xenófobos ou não -- que sim, são xenófobos", declarou a viúva de Mandela nas exéquias de um cidadão moçambicano esfaqueado em plena rua a 18 de abril perante a objetiva de um fotojornalista.

"Perdão, meu filho, por teres tido de esconder a tua identidade para viver na África do Sul", disse Graça Machel, de origem moçambicana e viúva do Presidente moçambicano Samora Machel.

O atual chefe de Estado sul-africano, Jacob Zuma, anunciara no seu discurso do feriado nacional, na segunda-feira, que o homem esfaqueado, que usava o nome Emmanuel Sithole, se chamava realmente Manuel Jossias e que era um imigrante ilegal com uma identidade falsa.

Assassinado, segundo Zuma, durante um "bárbaro assalto", o cidadão moçambicano não foi por ele contabilizado entre os sete mortos que os distúrbios oficialmente fizeram.

Manuel Jossias "tornou-se um símbolo do que não deve acontecer nunca mais em qualquer das nossas nações" da África Austral, sublinhou Graça Machel.

Um misto de cólera e de ódio autodestrutivo, alimentado de frustrações e acumulado desde os anos do apartheid, manifesta-se atualmente contra os estrangeiros na África do Sul.

"Mas amanhã, deixará de ser contra os estrangeiros e passará a ser contra os próprios sul-africanos", advertiu.

A violência xenófoba "deve servir de alerta a toda a África do Sul e a toda a SADC (África Austral)", de acordo com a viúva de Mandela.

"Se não criarmos as condições políticas e económicas para permitir que os cidadãos da África Austral se sintam em casa em todo o lado, continuaremos a ter este género de situações", defendeu.

"Até atacarmos as causas de todos esses problemas, aos níveis político, económico e social, não devemos ficar surpreendidos se ocorrerem outros confrontos deste tipo", insistiu.

O discurso proferido na segunda-feira por Jacob Zuma ia mais ou menos no mesmo sentido: Reafirmando que é necessário atacar as raízes do problema na própria África do Sul, o Presidente interpelou, contudo, os seus homólogos africanos, dizendo que o seu país não teria de acolher tantos imigrantes se a situação económica e política fosse melhor nos seus países.

noticiasaominuto.

«ECONOMIA» MINISTRO DAS FINANÇAS ANUNCIA MAIS VERBAS PARA TESOURO PÚBLICO GUINEENSE (DINHERO AMPAKAY)


Bissau, 29 Abr 15 (ANG)- O Banco Mundial deve disponibilizar às autoridade da Guiné-Bissau uma verba estimada entre 60 à 80 milhões de dólares americano, revelou o ministro da Economia e Finanças.

Geraldo Martins fazia à imprensa o balanço da sua recente deslocação a Washington.
A verba vai se juntar aos 550 mil dólares que o Banco Mundial havia prometido no quadro da mesa redonda realizada em Marco, em Bruxelas.

Geraldo Martins adiantou que técnicos do Banco Mundial devem estar brevemente em Bissau para os últimos acertos sobre o desbloqueamento dessa verba que será doada no quadro de “apoios adicionais destinados aos países frágeis”, de que a Guiné-Bissau, segundo Martins, será o primeiro pais beneficiário.

Referindo-se aos encontros mantidos em Washington, o ministro destacou a projecção de um programa normal com FMI para o desenvolvimento de actividades económicas no pais. 

Confirmou que as duas partes estão mobilizadas para a elaboração de um programa normal de desenvolvimento, cuja equipa já se encontra em Bissau para trabalhos preliminares.

O Ministro informou que o Banco Mundial concordou em financiar a ligação da Guiné-Bissau à internet por Cabo Submarino.

“Como é notório a Guiné-Bissau não esta ainda nesta conexão internacional motivo pela qual o sistema de internet não tem sido até aqui dos melhores como nos países que estão agrupados no sistema.A entrada da Guiné-Bissau nesse sistema vai tornar a comunicação mais eficiente, estável e rápida”, disse.

Disse ter mantido no quadro desta visita um encontro com uma delegação do Fundo de Arábia Saudita com a qual o pais chegou a um acordo para o desbloqueamento de seis milhões de dólares para um projecto de furos de água. 

Enquanto isso, com o BID -Banco Islâmico de Desenvolvimento- ficou acordado a realização de uma Mini-mesa redonda em Bissau onde estarão presentes operadores económicos dos países Árabes como Kwait, Doubai e outros.

Disse citando o BID que nesta Mini-Mesa redonda, os operadores e bancos vão anunciar os seus apoios a favor da Guiné-Bissau. 

O ministro foi aos Estados Unidos de América participar no encontro anual de primavera do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial com os Ministros das Finanças do mundo e organizações de desenvolvimento sobre a actuação do FMI no processo de gestão financeira.

O referido encontro é organizado duas vezes por ano, em Washington, e a delegação guineense aproveitou-se dele para manter contactos com os parceiros que, por alguma razão, não estiveram presentes na mesa Redonda de Bruxelas. 

ONG DA GUINÉ-BISSAU QUEREM CRIMINALIZAR "NEGÓCIO DA MADEIRA"

Organizações exortaram o Governo a apurar a responsabilidade criminal e judicial do negócio de madeira - Getty Images/Peter Arnold/Martin Harvey

A sociedade civil e organizações não governamentais exortaram o Governo da Guiné-Bissau no sentido de apurar a responsabilidade criminal e judicial do negócio de madeira. As organizações querem que o executivo avalie os prejuízos ambientais causados nos últimos 5 anos.

Para as ong's guineenses os responsáveis pela destruíção da floresta do país nos últimos cinco anos devem ser levados à justiça. Com esse objectivo as organizações exortaram o Governo da Guiné-Bissau a exigir ao Ministério Público que intervenha para apurar a responsabilidade criminal e judicial do negócio de madeira.

O pedido integra uma das 12 deliberações do Grupo de Trabalho sobre Petróleo e outras Indústrias Extractivas tomadas numa reunião realizada no início da semana.

O grupo considera que os recursos florestais do país têm sido alvo de uma destruição abusiva por parte de grupos de interesse privado ao longo dos últimos anos.

O comunicado foi subscrito pelas entidades Federação Kafo, Acção para o Desenvolvimento, Tiniguena, Swissaid, União Internacional de Conservação da Natureza, Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas, Cobiana Comunicação, Liga Guineense dos Direitos Humanos e Movimento Nacional da Sociedade Civil.

De sublinhar, por fim, que o Governo da Guiné-Bissau anunciou no início de Abril uma moratória de cinco anos de interdição de corte de árvores, considerando de "extrema gravidade" a situação nas florestas do país.

portugues.rfi.fr

«EDUCAÇÃO» PROJECTO PLANEIA CONSTRUIR 75 SALAS DE AULA NA GUINÉ-BISSAU


O projeto Parceria Mundial para a Educação planeia construir 75 salas de aula durante este ano na Guiné-Bissau, anunciou hoje o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), entidade gestora da iniciativa no país.

"Está previsto o início da construção de mais 75 salas de aula, 25 latrinas e 3 centros de formação de professores, ainda no decurso de 2015", a acrescentar a 55 salas já edificadas, refere o UNICEF num comunicado conjunto com o Governo da Guiné-Bissau.

No âmbito do projeto, o UNICEF vai entregar hoje equipamento informático e viaturas ao Ministério da Educação guineense.

Este material vai servir sobretudo para o Ministério poder fazer "recolha de dados fiáveis sobre a situação do ensino em geral", explicou a Ministra da Educação Nacional, Maria Odete Semedo.

"O UNICEF está a articular a implementação deste projeto em linha com as prioridades do Ministério da Educação, juntamente com o Grupo Local de Parceiros de Educação, que funciona como equipa de referência para a planificação, monitorização e supervisão das atividades", explicou o representante do UNICEF na Guiné-Bissau, Abubacar Sultan.

A iniciativa tem um ciclo de duração de três anos (2013-2016) e está orçada em 10,8 milhões de euros.

Até agora já foram construídas e equipadas 55 salas de aula e 17 latrinas nas regiões de Oio e Gabu com vista a "ampliar o acesso ao ensino primário, especialmente nas áreas rurais", acrescentou o UNICEF em comunicado.

Foram igualmente "reproduzidos e distribuídos livros escolares para cerca de 370.000 alunos das escolas públicas, comunitárias e privadas do 1.º ao 6.º ano, para além de apoio institucional e de capacitação de pessoal prestado ao Ministério da Educação".

A Parceria Mundial para a Educação junta diferentes tipos de organismos, bancos e setor privado, visando mobilizar recursos e articular a sua distribuição de forma a apoiar a realização dos objetivos de planos nacionais de educação em cerca de 60 países.

noticiasaominuto

«EMIGRAÇÃO» DEPUTADO DENUNCIA DETENÇÃO DE 16 GUINEENSES NA GÂMBIA



Bissau, 29 Abr 15 (ANG) - O Deputado eleito para o círculo da África, Leopoldo da Silva revelou hoje a detenção de 16 cidadãos guineenses na Gâmbia, desde 2010, por alegado crime de roubo de carro e homicídio.

Leopoldo da Silva falava em conferência de imprensa realizada em Bissau, em jeito de balanço da visita que efectuou recentemente àquele país vizinho tendo-se inteirado do funcionamento da Embaixada e da situação da comunidade guineense naquele país.

O deputado pede a intervenção do governo junto do seu homólogo gambiano para que a justiça seja feita em relação aos detidos.

“Durante a visita constatei que a nossa embaixada se depara com muitas dificuldades desde falta de equipamentos informáticos para emissão de documentos, sobretudo passaporte, que constitui maior preocupação da comunidade guineense e falta de transporte”, revelou o deputado.

Leopoldo disse que a embaixada emprega 15 pessoas incluindo pessoal dirigente, tem salários em atraso e o edifício onde funciona a embaixada foi concedido pelo governo gambiano e pede a construção de casa própria para funcionamento dos serviços diplomáticos.

Perante esta realidade o Deputado da Nação solicitou ao governo no sentido de fornecer a embaixada os equipamentos necessários para emissão de passaportes.

Em relação a comunidade guineense Leopoldo da Silva informou que a embaixada registou 35 mil guineenses residentes na Gâmbia.

“Recebemos queixas da parte da comunidade sobre as cobranças de que são alvos nos dois postos de controlos de Gâmbia e três mil francos cfa nos postos aduaneiros da República de Senegal quando viajam para o país e vise versa”, explicou o Deputado para círculo da África.

A Guiné-Bissau é membro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) há 17 anos, ou seja desde 1 de Maio de 1996. 

A propósito o deputado promete encontrar uma solução para esta questão, “porque no espaço da CEDEAO é livre a circulação de pessoas e bens”.


Respeitinho é lindo!!!!

Recados: Guiné-Bissau não quer problemas com os seus vizinhos!
Neste momento, a Guiné-Bissau esta concentrado e preocupado com a construção do País!












 "RECADOS PARA A GÂMBIA: NÃO METAM-SE CONNOSCO...ESTAMOS ARMADOS ATÉ AOS DENTES!"

NIGÉRIA: MILITARES LIBERTAM 300 MULHERES DETIDAS PELA BOKO HARAM


As mais de 200 estudantes sequestradas dos dormitórios escolares por militantes da Boko Haram, no ano passado, não estão entre as cerca de 300 mulheres e raparigas libertadas numa operação do exército da Nigéria, esta terça-feira.

As tropas nigerianas destruiram três bases dos extremistas na floresta de Sambisa, no nordeste do país, um dos principais redutos do grupo.

A 14 de abril de 2014, 276 adolescentes foram capturadas pelos milicianos da Boko Haram no dormitório de Chibok.

Cinquenta e sete conseguiram escapar, mas as restantes 219 adolescentes não deram sinal de vida após a difusã pela seita deste vídeo em maio de 2014.

euronews

«CAMPU QUINTI!!! CADA BIAS ÁFRICA DE SUL NAN N'COSTADU CONTRA PARIDI» NIGÉRIA RETIRA DIPLOMATAS DA ÁFRICA DO SUL APÓS ONDA DE XENOFOBIA




Pretória responde dizendo que Nigéria não consegue controlar o Boko Haran.

A Nigéria e a África do Sul são nações conhecidas por conflitos nas suas relações bilaterais, com exemplos que variam desde a forma com que os nigerianos foram representados no filme Distrito 9, até a alegação de porte de certificados falsos de febre amarela. Agora, após a recente onda de ataques xenofóbicos na África do Sul, a Nigéria retirou alguns diplomatas de Pretória, o que deixou o governo sul-africano descontente.

O Executivo de Jacob Zuma criticou a decisão da Nigéria de retirar os seus oficiais de Pretória, no meio de uma onda de ataques xenofóbicos contra estrangeiros.

Os governos de Zimbabwe, Malawi e Moçambique repatriaram centenas dos seus cidadãos após os conflitos, mas a Nigéria foi a primeira nação a protagonizar uma acção diplomática tão drástica.

O Governo da Nigéria afirma que não chamou oficialmente de volta os seus enviados ao país, mas apenas pediu para que eles regressassem à Nigéria para consultas de rotina.

Tal, no entanto, não impediu uma resposta dura da África do Sul. O Ministério sul-africano das Relações Exteriores publicou uma declaração nesta semana relembrando à Nigéria o seu fracasso para combater os rebeldes do Boko Haram, que mataram milhares de pessoas. Pretória também relembrou a falta de controlo da Nigéria após o colapso de uma igreja em Lagos no ano passado, que matou 84 sul-africanos.

“Nós não culpamos o Governo nigeriano pelas mortes e pelo atraso de mais de nove meses na repatriação dos corpos dos nossos compatriotas mortos...”, dizia a declaração.

Os recentes conflitos expõem o complicado relacionamento entre as duas maiores potências económicas do continente.

O desacordo entre as nações sobre quem deveria ser o líder na União Africana em 2012 culminou em deportações de cidadãos de ambos os países, que foram acusados de falsificarem cartões de vacinação de febre amarela.

Distrito 9, um filme de ficção científica sul-africano gravado em Johanesburgo, mostra nigerianos como criminosos e canibais, facto que foi considerado de insulto por Abuja. A censura nigeriana baniu o filme no país.

A discutida inclusão da África do Sul como membro dos BRICS, bloco internacional que integra países em desenvolvimento, nomeadamente Brasil, Rússia, Índia e China, e a autopromoção do país sul-africano a porta de entrada para a África, irrita a Nigéria, que, em 2014, superou a África do Sul e tornou-se a maior economia do continente.

O professor Shadrack Gutto, da Universidade da África do Sul, diz que ambos os países procuram um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.

“Eu acredito que algumas dessas acções sejam sinais para mostrar quem é o melhor representante de África. Eu acredito que a Nigéria está a tentar exagerar os casos de xenofobia que ocorrem na África do Sul para manchar a imagem do país no continente”, explicou Gutto.

Enquanto as relações diplomáticas entre os dois países estavam calmas, alianças comerciais cresceram substancialmente. Entre 2004 e 2010, o investimento sul-africano na Nigéria aumentou cinco vezes. A companhia de telecomunicações sul-africana MTN tem 37 por cento do seu lucro proveniente da Nigéria, onde a empresa possui o dobro de espectadores do que na África do Sul.

Na semana passada, nigerianos reuniram-se às portas da sede da MTN em Kaduna para protestar contra a violência xenofóbica na África do Sul. Um dos protestantes, Yusuf Amoke, ameaçou atacar os negócios sul-africanos na Nigéria.

“Se a África do Sul não está envergonhada, se os sul-africanos não são razoáveis o suficiente para não matar o nosso povo, não destruir os nossos negócios, então os nigerianos também não serão razoáveis o suficiente para deixar os seus empreendimentos sobreviverem na Nigéria”, ameaçou.

Apesar da retórica hostil de ambos os países, analistas acreditam que os recentes conflitos podem acabar depois da posse do novo Presidente nigeriano Muhamadu Buhari.

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