domingo, 31 de maio de 2015

GOVERNO GUINEENSE CONSIDERA DE "HISTÓRICA" A VISITA DE TRÊS DIAS DO REI DO MARROCOS AO PAÍS


O ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Mário Lopes da Rosa, considerou de "histórica" a visita de três dias que o Rei do Marrocos concluiu no sábado ao país com assinatura de acordos e apoios às diversas instituições do Estado.

Mohamed VI visitou Bissau entre quinta-feira e sábado, tendo assinado com o Governo guineense 16 acordos e convenções, ofereceu mais de quatro milhões de doses de vacinas para animais e mais de 12 toneladas de medicamentos para o principal hospital do país.

A ministra da Saúde Publica, Valentina Mendes agradeceu a ajuda do rei marroquino, salientando que o Hospital Simão Mendes "tem medicamentos para muitas doenças" e para um "longo período".

Mohamed VI também ofereceu equipamentos hospitalares ao Simão Mendes, médicos marroquinos fizeram operações cirúrgicas gratuitas em doentes guineenses e o monarca disponibilizou-se ainda para que o seu país passe a receber pacientes oriundos da Guiné-Bissau nos hospitais do seu reino.

Técnicos marroquinos repararam o bloco operatório do Simão Mendes, instituição, alias, visitada por Mohamed VI que também ofereceu oito grupos eletrogéneos para a central elétrica de Bissau.

Para a ministra guineense da Saúde, a abertura de Marrocos para receção aos "doentes vindos de Bissau é dos principais ganhos" da visita de Mohamed VI à Guiné-Bissau.

Atualmente os doentes guineenses que necessitarem de tratamentos especializados são enviados para Portugal com qual Bissau tem um acordo nesse domínio.

Para o chefe da diplomacia guineense, a visita do monarca marroquino a Bissau "além de histórica vai permitir relançar a cooperação" entre os dois países em todos os domínios.

Mário Lopes da Rosa lembrou que Guiné-Bissau e Marrocos "sempre estiveram lado a lado" desde os anos 60 quando o país lusófono iniciou o processo pela sua autodeterminação através de uma luta armada.

MB // VC

Lusa/Fim

GOVERNO INAUGURA PRAÇA DE INTERNET EM BAFATÁ


É uma das medidas saídas do Primeiro Conselho de Ministros, realizado em Bafatá. Numa acção liderada pelo Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, João Bernardo Vieira, o Primeiro – Ministro,Domingos Simões Pereira, inaugura, em Bafatá, uma Praça de Internet. No mesmo Conselho de Ministros de carácter especial foi aprovado, de forma sumária, o PDR da região de Bafatá, aconselhando a sua adaptação à Visão Estratégica e Operacional “Terra Ranka” 2015 e 2020, “devendo à Comissão ajustá-lo a um orçamento”.

Ontem, dia 30 de maio, após à despedida oficial no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, de Sua majestade o Rei de Marrocos, Mohmmed VI, os membros do Governo, seguiram imediatamente para a Cidade de Bafatá, percorrendo 154 km, para tomarem parte no 1º Conselho de Ministro, realizado na Região, presidido pelo Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira. Foi um Conselho de Ministros especial, inteiramente dedicado, primeiro as questões das próximas comemorações do 42º Aniversário da Independência Nacional, que Bafatá será o palco central e segundo ao debate do Plano do Desenvolvimento Regional – PDR de Bafatá.

Trata-se de uma parceria e contributo, entre as autoridades locais e o governo central, à procura de resoluções concretas que irão criar as condições para desenvolvimento da região e combater a pobreza, sublinhou o Chefe do Governo. Segundo, ele a importância do encontro serve para inaugurar mecanismos adequados que irão garantir o PDR de Batatá, em duas fases: numa primeira serão realizadas um conjunto de obras infraestruturais dentro do sector de Bafatá, que serão implementadas a partir desta data, até ao dia da independência, ou seja, 24 de Setembro; e numa segunda, numa ação mais abrangente desenvolvida no Programa de Desenvolvimento regional, que incluirá toda a região. No fim, foi aprovado de forma sumária o PDR da região de Bafatá, aconselhando a sua adaptação a Visão Estratégica e Operacional “Terra Ranka” 2015 e 2020, devendo à Comissão ajustá-lo a um orçamento.

C.V.


Ussu N'djai & The New Balanse & Moussa Danseur N'diaye


CONSELHO DE MINISTROS EM BAFATÁ


Ontem, dia 30 de maio, após à despedida oficial no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, de Sua majestade o Rei de Marrocos, Mohmmed VI, os membros do Governo, seguiram imediatamente para a Cidade de Bafatá, percorrendo 154 km, para tomarem parte no 1º Conselho de Ministro, realizado na Região, presidido pelo Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira.

Foi um Conselho de Ministros especial, inteiramente dedicado, primeiro as questões das próximas comemorações do 42º Aniversário da Independência Nacional, que Bafatá será o palco central e segundo ao debate do Plano do Desenvolvimento Regional – PDR de Bafatá.

Trata-se de uma parceria e contributo, entre as autoridades locais e o governo central, à procura de resoluções concretas que irão criar as condições para desenvolvimento da região e combater a pobreza, sublinhou o Chefe do Governo. Segundo, ele a importância do encontro serve para inaugurar mecanismos adequados que irão garantir o PDR de Batatá, em duas fases: numa primeira serão realizadas um conjunto de obras infraestruturais dentro do sector de Bafatá, que serão implementadas a partir desta data, até ao dia da independência, ou seja, 24 de setembro; e numa segunda, numa ação mais abrangente desenvolvida no Programa de Desenvolvimento regional, que incluirá toda a região.

O Governador da Região, Abudu Sambu, frisou que a região se sente honrado pela magnifica ocasião, impar, em beneficiar a terra de Amílcar Cabral com planos de desenvolvimento.

No âmbito da possibilidade em se considerar a região de Bafatá, com um estatuto especial, a nível dos critérios da avaliação do património histórico nacional, Simões Pereira informou que foi com esse objectivo que o Secretário de Estado do Turismo visitou recentemente Cabo Verde.

Quantos aos trabalhos a efetuar no quadro da comemorações da independência, de forma a albergar condignamente os festejos, ficou aprovado um plano de Intervenção rápida para o Sector de Bafatá, a saber: revestimento da Baixa de Bafatá; melhoramento da iluminação pública e restabelecimento da água canalizada; reabilitação do mercado central para produtos frescos; clube local; do restaurante e da piscina; construção de espaço junto a Casa Amílcar Cabral para servir de atividades lúdicas e culturais; apoios à Mesquita e à Sê catedral centrais; lançamento ou construção de um hotel com 50 quartos; reabilitação da sede do Governo local; jardinagem da rotunda; parque infantil; etc. Ainda discutiu-se uma programação de atividades culturais e desportivas, incluindo uma parada militar acompanhado por uma banda musical; exposição fotográfica sobre à Luta de Libertação Nacional e pós a independência; projeção de filme sobre a independência; fogo de artifício à meia-noite do dia 23 de Setembro, etc. E, no plano político propôs-se uma Sessão especial da Assembleia Nacional Popular e a participação de um Pelotão dos Combatentes Liberdade da Pátria nas efemérides.
Também, ficou recomendado que o Programa aprovado alusivo as Comemorações das Festividades da Independência, com as respectivas contribuições será canalizado para à Comissão encarregue do evento, que o ajustará com um orçamental a aprovar em Conselho de Ministros, merecendo de antemão de uma consulta do Ministério da Economia e Finanças.

Quanto a apresentação do PDR de Bafatá, coube esse papel ao eng. agrónomo, Filomeno Barbosa, que referiu que a presente proposta que contém 223 páginas, foi elaborado por uma equipa técnica do Gabinete Regional de Plano, que após um diagnóstico, consultas aos documentos do DENARP e as leis nacionais, definiu um Plano Participativo, um Quadro Lógico, um Orçamento e um Plano de Acção.

Todos foram unânimes em aplaudir a exposição, em power poit, que suscitou uma discussão e um debate bastante construindo, em que os ministros sectorialmente tomaram a palavra para comentar os eixos que envolvem os seus ministérios, subsidiando o documento apresentado, sendo de salientar alguns pontos abordados: criação de um Termo de Referência para o Gabinete de Planificação; reforço e controle do fluxo migratório ilegal; proteção das crianças, especificamente das talibés, incluindo um centro de formação e orientação; dos cursos das águas; melhoramento das condições dos agentes de segurança locais; criação de um modelo que permita a comparação dos resultados; de sistema integrado de mobilidade dos transportes na região; de matadouro; encorajar os criadores de gado a melhorar o tratamento reservado aos animais, para que os seus produtos sejam de melhor qualidade e atrativos para a exportação; combater o roubo de gado; criação de unidades fabris de produção de calçados; de transformação de batata doce; centro de formação profissional; Escola Agrícola; de cooperativas agrícolas; programa de alfabetização e crédito às mulheres; centro de ordenamento e hidroagrícola; de desenvolvimento de arroz irrigado; com base na produção local incentivar a produção do leite; repovoamento florestal; reabilitação do Hospital Regional, das instalações administrativas das células da Faculdade de Medicina e da classe médica; salas de audiência para Tribunal Regional; abertura de delegações provinciais de Comunicação Social; construção de um Aeródromo na localidade de Mafonco; instalação de uma câmara frigorifica para a distribuição do pescado na região; pedir/exortar os anciões que promovam um combate aos vários mitos e crenças locais; proceder a identificação e recenseamento dos combatentes residentes na região e a respectiva cobertura medicamentosa, bem como à identificação e sinalização de lugares históricos, por forma a perpetuar a memória colectiva; criar referencias de atração cultural e Centros Polivalentes, Desportivos e Culturais.

No fim, foi aprovado de forma sumária o PDR da região de Bafatá, aconselhando a sua adaptação a Visão Estratégica e Operacional “Terra Ranka” 2015 e 2020, devendo à Comissão ajustá-lo a um orçamento.

Igualmente, foi adotado uma lista dos membros do governos afetos aos sectores por regiões, a fim de criar maior proximidade entre as populações e interação entre as autoridade locais e o Governo central.

Amanhã, dia 31 de maio, sob a égide da Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações será inaugurada em Bafatá, pelo Primeiro-Ministro uma Praça de Internet.

Buba, 30 de maio de 2015

Carlos Vaz
/Conselheiro de Comunicação e Informação/






«OPINIÃO» A DIFERENÇA DE FORMAÇÃO NAS ESCOLAS PRIVADAS CRIADAS EM BISSAU E NOS CLUBES

                  
Os ditos empresários! Preparar ou treinar crianças e jovens é uma actividade muito interessante e atractiva mas que atribui a todos os que as acompanham, organizam e dirigem, principalmente ao treinador, uma elevada, responsabilidade face à sociedade, ao sistema desportivo e sobretudo ao próprio praticante.

O treinador é, antes de tudo, um agente de selecção. É do seu julgamento que depende, em primeiro lugar, a duração e o sentido da carreira desportiva. A sua decisão é ainda mais melindrosa quando daí possa resultar a exclusão definitiva de um jovem que se candidata a uma formação desportiva. É desejável por isso que o treinador decide sobre critérios consistentes, revestindo um satisfatório grau de segurança. É difícil operacionalizar uma decisão nestes termos, mas este é o caminho por onde o desporto actual tem feito sucesso.

No que refere a diferença nos clubes e nas escolas privadas criadas na Guiné-Bissau representam os aspectos diferentes da preparação dos jovens: os clubes investem num desenvolvimento harmonioso dos praticantes, na sua preparação geral e multilateral na aprendizagem e aperfeiçoamento das técnicas fundamentais e, portanto, na preparação de longo prazo, o aspecto essencial à formação dos jovens, escola investe numa pratica-treino muito formal, intensiva e vincadamente competitiva, centrada numa única modalidade e orientada para alcançar êxitos imediatos ou a curto prazo, aspecto negativo. 

Tudo a curto tempo, a influência dos talentos torna-se altamente aleatória, por um lado, e, por outro, a selecção ou eliminação de alguns candidatos, na base de uma prestação momentânea, pode significar uma apreciação excessiva em valor actual em prejuízo de valor potencial do jovem, quando um dos elementos essenciais do conceito de talento é, a capacidade de desenvolvimento. Há talentos de confirmação tardia.

Um aspecto essencial para o bom êxito futuro desta selecção tem a ver com a garantia de todos os jovens que tenham ficado de fora da selecção inicial continuam a ser seguidos, no sentido de determinar a respectiva evolução futura, como se faz nalguns países. Na escola é impossível porque o tempo é dinheiro, ou serve, ou não.

Havia ou há jogadores de futebol destacados a nível nacional e internacional, ontem e hoje, incontestavelmente eram e são grandes atletas na nossa realidade desportiva, enquanto jovens, viram recusados a sua admissão numa determinada formação. A formação é paciência, tudo que se quer imediato tem pouca probabilidade de sucesso.

Os ditos empresários devem saber também que os jovens não são um mero produtor de resultado, dediquem exclusivamente ou em demasia ao desporto, e em prejuízo de outro aspecto (formação escolar), igualmente importante e que, em conjunto com a prática desportiva podem proporcionar-lhes um estilo de vida saudável, equilibrado e enriquecedor; português mais simples falado: resguardar o seu futuro.

O tempo de desporto é curto, enquanto noutras actividades ou profissões o abandono a reforma chegam normalmente entre 60 e os 70 anos, no desporto pode ser precoce surgir entre 25 e 30 ano Um trintão ou trintona são sempre considerados velhos, em fim da carreira. Esse abandono é por vezes muito difícil: jogadores têm nome, uma popularidade, um determinado prestígio, dinheiro. Quando abandonam o desporto tudo isto pode desaparecer rapidamente. Não estão preparados para nova vida em sociedade ou prosseguir a sua vida equilibradamente.     
      
A prática desportiva deve assim constituir, para criança e jovens, um complemento importante da sua actividade escolar e não a sua ocupação ou centro de interesse exclusiva ou predominante.

O realismo desportivo: espírito racional, interesse pelos indivíduos, respeito, conhecimento da modalidade, desprezo pela mediocridade, capacidade para: organizar, disciplinar, estabelecer objectivos, identificar o talento e promovê-lo e não vender, incentivar o orgulho, conhecer os factores que fazem a diferença entre vencedores e vencidos.

Kecói Queta


OBS: Próximo bloco ser Treinador



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sábado, 30 de maio de 2015

B. B. King - The Thrill Is Gone (Live at Montreux 1993)

ESTUDANTES DOS EUA NAS ESCOLAS DE MEDICINA DE CUBA


Cerca de 250 estudantes norte-americanos transitam pelas escolas de Medicina e constroem com sua presença uma convivência proveitosa entre as duas nações.

Já parecem cubanos pelo efeito do sol sobre a pele. À simples vista só os delata o inconfundível acento gringo em sua fala, por muito que os cubanismos mais rotundos façam parte habitual dos seus diálogos.

Cerca de 250 estudantes norte-americanos transitam pelas escolas de Medicina e pelo sistema sanitário desse arquipélago desde o ano 2000 e constroem com sua presença uma das páginas mais reveladoras de convivência proveitosa entre ambas as nações.

Os primeiros doutores surgidos de um programa sonhado entre o Caucus Negro Congressional (CNC) do Congresso estadunidense e o ex-presidente Fidel Castro, e canalizado depois pela organização Pastores pela Paz (IFCO), já estão voltando para as comunidades do seu país, enquanto que nas aulas caribenhas ainda se formam várias dezenas e a cada ano chegam novos alunos.

Na interação são quebrados preconceitos e estereótipos. Assumirem-se iguais e diferentes parece o ensino maior.

Cassandra

O ritmo asfixiante da havaneira rua Monte desaparece enquanto se sobe as escadas até a casa. Na sala se entretém com a avó o desperto Atuey Fénix (cujo nome de aborígene rebelde os pais registraram sem H, para que soe foneticamente igual em espanhol e inglês) enquanto o computador reproduz antigos capítulos da série Vila Sésamo.

É a paisagem do lar de Cassandra Cusack Curbelo, uma das poucas cubano-americanas beneficiadas com bolsas gratuitas para formar-se doutora no país de sua mãe.

"Sou bastante cubana para não ser extraterrestre aqui, mas bastante americana para que me vejam como uma louca”, diz sorrindo enquanto prepara para Atuey hambúrgueres vegetarianos feitos de grãos moídos.

Nascida em Hialeah, mas criada em Chicago, aos 30 anos Cassandra decidiu sair do seu trabalho de relações públicas em uma organização de ativistas.

"Eu queria fazer algo sustentável. Os conhecimentos da Medicina nunca estarão fora de moda nem se fossilizarão”, recorda enquanto evoca um amigo da família que lhe facilitou obter uma vaga entre as capacidades outorgadas aos grupos de solidariedade pelo Ministério de Relações Exteriores de Cuba.

Ao chegar, em 2008, a situaram como todos os estadunidenses na Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), em Praia Baracoa, a oeste de Havana ("no fim do mundo”, gargalha Cassandra) e daí passou a completar matérias no hospital mais próximo, Salvador Allende, ainda nomeado segundo a virgem catalã de seus construtores: "La Covadonga”.

"Não gosto da Medicina elitista e, nos Estados Unidos, os médicos quase todos são brancos, de famílias ricas, que estudam em idades precoces, não querem ter trabalho e, geralmente, não te escutam, nem te olham, nem te tocam e cobram 100 dólares só para aparecer (…). Encanta-me a forma como falam os médicos daqui. Meus professores são muito naturais e amistosos”, assegura.

"O programa não obriga a fazer nada a ninguém”, responde Cassandra à pergunta sobre a possível exigência de um gesto político em troca do seu título. Não seria extraordinário nem raro para os costumes de Cuba: pedir, como pagamento pela ensino gratuito, um tempo de dedicação a uma zona desfavorecida. Mas Cassandra insiste em negar.

"Entre nós há pessoas que não interessa servir ninguém. Dizem: saio daqui, faço minha residência e depois "o bilhete” [a carteira]. Mas outros, a maioria, temos sonhos. Eu quero montar com amigos uma clínica em Nova Orleans, e outros pensam em Detroit e, inclusive, temos pensado em colocar uma clínica em um terceiro país pobre, pela qual passemos em nossas férias e possamos ajudar um pouco”.

Joanna

Quem a conheceu em Havana a recorda por seu espírito inquieto e vocação de serviço. Foi uma ativa e reconhecida estudante em seus anos cubanos. Portanto, não surpreendeu seus professores e amigos saberem que apenas conseguiu entrar no difícil sistema de especialidades médicas do seu país, Joanna Mae Sauers se alistou como voluntária para combater o Ebola na África.

Ao Cooper Hospital, de Monróvia, na Libéria, chegou Sauers depois de tratar de inserir-se na brigada médica cubana que trabalhou lá.

"Estive interessada em trabalhar voluntariamente com os doutores cubanos, mas me disseram que não estavam recebendo nenhum graduado da Elam, dadas as circunstâncias da epidemia. Sem dúvidas, é o exemplo deles e a minha experiência em Cuba o que me inspirou a fazer este trabalho”, assegura direta em nossa troca de mensagens.

A ideia de integrar-se a uma brigada cubana não era nova para Joanna, aluna de especialistas que viajaram para lugares tão diferentes, como Paquistão, Angola, Venezuela ou Haiti, e em alguns casos inseriram médicos nativos graduados em Cuba como parte da sua "missão”. A ela, ademais, a proximidade com o arquipélago caribenho chegou desde sempre através da solidariedade.

"Escutei sobre o programa por um amigo e solicitei as bolsas através do IFCO/Pastores pela Paz. Existem alguns requisitos básicos para entrar, por exemplo, um pagamento pela solicitação, uma entrevista e uma orientação. Primeiro, deve ser aprovado pela organização e depois aceito dentro do programa pela Escola. O que se busca, sobretudo, são solicitantes que tenham uma provada dedicação para servir aos necessitados”.

"A maioria das pessoas que me conhecia nos Estados Unidos se surpreenderam muito quando souberam que eu iria estudar em Cuba. Não sabiam que fosse possível e se assombravam mais quando descobriam que o programa é uma bolsa completamente gratuita, garantida pelo governo cubano. Todos ficavam intrigados de que uma oportunidade assim existisse”.

Mae Sauers viveu no campus da Elam quase como todos os estudantes estrangeiros de primeiro a terceiro ano, mas logo buscou alugar perto do hospital "La Covadonga”. Conhecer a fundo a cultura dos cubanos e também os valores de outros amigos, provenientes da África, América do Sul e do Caribe, foi para ela uma aprendizagem tão importante quase como o próprio treinamento médico..

"Não havia nada melhor do que visitar meus amigos nas províncias e compartilhar com eles uma boa comida típica cubana, sobretudo, esse prato de "yuca” [tubérculo] com molho, arroz com feijão, banana frita, salada e porco assado… Me dá água na boca quando penso nisso!”, confessa.

Instrumentos para a normalização

Cassandra e Joanna são, como seus compatriotas graduados e por graduar, pequenas superfícies de interação entre dois países com um antigo enfrentamento ideológico. Elas vivem a experiência de conviverem sem traumas e mostram que é possível manter relações de mútuo benefício.

Por exemplo, o fechado sistema médico estadunidense (qualificado por muitos como endogâmico e elitista) começa a aceitar os diplomados em Cuba, como atesta Joanna, um dos mais recentes 13 estadunidenses da Elam que passaram nas provas para cursar especialidades médicas em seu país.

"Para mim, não foi particularmente difícil conseguir a residência nos Estados Unidos”, assegura Mae Sauers. "Tive que seguir os passos dos exames USMLE, que é exigido para qualquer estudante de Medicina e requer conhecimentos rigorosos. Fiz tudo o que pude para conseguir tanta experiência clínica nos Estados Unidos, como a que pude experimentar em Cuba. Isso supôs passar boa parte das minhas férias de verão em observações e rotações clínicas no meu país. Tive muitos programas de especialidades competitivas interessados em mim como bolsista, porque a Elam já é reconhecida pelos vários graduados que regressaram antes do que eu, y aqueles que conhecem sobre nós e sobre o sistema médico cubano valorizam muito a nossa formação”.

Essa percepção positiva também se nota, inclusive, no Estado da Flórida, acredita, por sua parte, Cusack Cuberlo, que afirma conhecer hospitais nortistas interessados em captar doutores como ela. "Eu sei do Baptist Hospital e do Miami Jackson”, revela.

Jogando essas cartas, a maioria dos nortistas retornam ao terminar o sexto ano, de dezembro de 2014 para cá a meio caminho entre receosos das promessas e esperançosos com a possibilidade de contar por fim com sua própria embaixada.

"Eu como americana sou muito cínica, e digo que enquanto nada esteja escrito, nada está acontecendo, e pode se falar tudo o que se fala, mas tudo pode ser apenas palavras”, se arrisca a dizer Cassandra: "Esta é a virgem do Caribe e todos os lobos estão salivando para entrar”, acrescenta.

"Penso que a aproximação é útil para os dois países”, termina Joanna. "Cuba é um exemplo para o mundo em atendimento e educação médica de alto nível. Os Estados Unidos e boa parte do mundo têm uma necessidade desesperada de doutores para a atenção primária. Como graduados desse programa, nós podemos prover serviços de saúde para os necessitados e compartilhar nossa experiência com o restante do mundo”. Da experiência sai também um novo tipo de médico. E uma nova fonte de interação.

cartamaior

FEIRA AGRÍCOLA EM BAFATÁ


A edição de 2015 da Feira Agrícola da Guiné-Bissau iniciou-se nesta sexta-feira em Bafatá, a segunda cidade do país e que dá nome à região onde se localiza, anunciou quarta-feira em Bissau o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Hipólito Djata, chefe de gabinete do ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, João Aníbal Pereira, disse ainda que o governo procederá nesse mesmo dia à abertura da campanha agrícola de 2015.

Djata adiantou que a feira vai ajudar a promover os produtos agrícolas guineenses no mercado regional e servirá também para demonstração de novas tecnologias usadas pelos agricultores para melhorar os rendimentos nos campos.

Hipólito Djata disse também que o governo vai aproveitar este certame para levar a cabo acções de sensibilização junto dos criadores de gado no sentido de aumentarem as respectivas manadas, assunto que será o tema central da campanha agrícola a iniciar-se.

O governo da Guiné-Bissau organiza feiras nas quais são expostos vários produtos agrícolas produzidos no país e geralmente adquiridos por comerciantes idos da capital ou dos países vizinhos para posterior revenda.

gov.gw

«MECINHU PATCHARY NA BISSAU!»MARROCOS OFERECE LOTES DE VÁRIOS MEDICAMENTOS


A Fundação Mohamed VI, com o mesmo nome do rei de Marrocos, entregou, esta sexta-feira, ao governo guineense vários lotes de medicamentos, no âmbito de uma visita oficial de três dias do monarca.

Segundo a Portugal News Network (PNN), a cerimónia de entrega dos produtos deu-se no Hospital Nacional Simão Mendes, na presença do rei Mohamed VI, do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, e do Presidente guineense José Mário Vaz, bem como de outras altas figuras do Estado da Guiné-Bissau.

Citada pela PNN, a ministra da Saúde Pública, Valentina Mendes, salientou a importância da doação da Fundação Mohamed VI: «Para nós é muito bom.»




sexta-feira, 29 de maio de 2015

JOSEPH BLATTER GARANTIU A REELEIÇÃO PARA PRESIDENTE DO ORGANISMO QUE TUTELA O FUTEBOL MUNDIAL


Blatter "Estarei aos comandos do barco da FIFA"

“Obrigado por me terem aceite para os próximos quatro anos. Estarei aos comandos do barco da FIFA”, foi desta forma que Joseph Blatter festejou a permanência na presidência do mais importante organismo do futebol mundial.

“Não vamos mudar o Campeonato do Mundo. Eu sou um homem fiel, Deus, Alá, seja quem for, eles vão ajudar-nos a trazer a FIFA de volta”, esta é uma das grandes questões para nos próximos anos, já que o escândalo apontado à organização nos últimos dias prejudicou a sua imagem.

Blatter garantiu que este será o seu último mandato e que no fim do mesmo entregará a FIFA ao seu sucessor.

O presidente da FIFA terminou com palavras de motivação. “Eu gosto de vocês, gosto do meu trabalho. Não sou perfeito, ninguém é perfeito mas juntos conseguimos. Vamos FIFA! Vamos FIFA”, afirmou o suiço, num momento de euforia após ser eleito e consagrar-se no 3.º presidente com mais anos à frente do organismo que tutela o futebol mundial.

noticiasaominuto

«PRESIDENCIAIS/PORTUGAL» RUI RIO VAI CANDIDATAR-SE A BELÉM



O antigo autarca do Porto prepara-se para uma nova etapa na sua carreira política.
Rui Rio está a ultimar contactos e prepara-se para se candidatar às eleições presidenciais.

A informação é avançada pela SIC, que dá conta que o antigo líder da Câmara Municipal do Porto deverá anunciar a sua intenção de entrar na ‘corrida’ a Belém até ao final de junho.

Rui Rio, que saiu da autarquia há pouco mais do ano, nunca confirmou esta hipótese mas também nunca a chegou a desmentir.

O atual vice-presidente dos sociais-democratas ainda não definiu o local e dia em que vai anunciar a sua candidatura, mas segundo a SIC a decisão já está tomada e falta apenas acertar detalhes.

Rui Rio, adianta o mesmo canal, tem sido pressionado pela direção nacional do PSD para se candidatar, mas conta também com apoio de alguns setores do CDS.

No seu curriculum, Rui Rio conta com uma década na Assembleia da República e 12 anos à frente da Câmara da segunda maior cidade do país.

noticiasaominuto

«OPINIÃO» FCFA, 18 ANOS DA ESCORRERIA MONETÁRIA FRANCESA NA GUINÉ-BISSAU


A Guiné-Bissau celebrou neste mês de Maio de 2015 os seus 18 anos de adesão à União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA), uma zona monetária criada em 1939 pela França, depois da crise financeira mundial de 1929, com o objectivo de  proteger a sua economia e o seu comércio exterior.

Em 1945, General De Gaulle, antigo presidente da França, criou o FCFA que significa literalmente Franco das Colónias Francesas da África, que a partir dessa data passa a ser a moeda única para todos os países que compõem a Zona franca.  Constitucionalmente, o FCFA pertence à França porque foi ela que a criou através do artigo 3 do decreto 4501/36 (Le Franc CFA et l’Euro contre l’Afrique) [Nicolas Agbohou, 2000).

A França, através do FCFA, rouba abusivamente, de forma legal, e importa gratuitamente todas as matérias primas dos países da UEMOA.

Por dever moral e pelo valor da justiça e da liberdade que me caracteriza, recuso a cumplicidade, através do silêncio, na assistência ao genocídio silencioso da França, através do sistema de gestão do FCFA, contra as populações dos países da zona franca através do controle que exerce no conselho da administração do BCEAO e da moeda FCFA, para manter esses países na dependência e na pobreza.

Sem relatar a história da sua criação, nem tentar explicar as razões que nortearam a nossa adesão, gostaria de vos convidar à uma análise profunda de reflexão sobre três dos quatro princípios do funcionamento do FCFA e denunciar a atitude maliciosa “de rouba” da França aos países da UEMOA .

O primeiro principio é a centralização das reservas de câmbio no Tesouro público francês. Em virtude da aplicação das disposições do artigo primeiro da convenção da cooperação monetária entre a França e os países membros da UEMOA, decidiu-se que estes últimos têm por obrigação de depositar 50% das divisas provenientes do resultado de suas receitas de exportação em divisa numa conta denominada Conta de Operações aberta no Tesouro Público francês em nome do BCEAO. Graças a esses depósitos, a França consegue garantir a convertibilidade dessas divisas em Franco CFA e permitir o BCEAO a emissão da moeda.

A titulo de exemplo, se a Guiné-Bissau vender as licenças de pescas à União Europeia por um montante total de 10 Milhões de Euros, esse montante será depositado na sua conta junto ao BCEAO e essa, por sua vez, vai depositar os 10 milhões da Guiné-Bissau na conta de operação no tesouro público francês para ser convertida em FCFA, porque o governo da Guiné-Bissau precisa de CFA para as suas despesas públicas, pois não pode utilizar euros para pagar salários e outra despesas. E como é estipulado no artigo primeiro da cooperação monetária, a França vai ficar com 50% desse dinheiro para garantir conversão em CFA, neste caso 5 milhões de euros que a Guiné-Bissau nunca mais receberá. Para os restantes 5 milhões, a França vai os converter em CFA.

Assim, a França fica com metade dos valores da exportação da Guiné-Bissau, em divisas, e dos outros países da união, que servirá para cobrir o seu défice comercial, pagamento das suas dívidas externas, emprestar aos próprios países africanos, etc. O montante imputado nas receitas da exportação dos países membros, deve, em principio, gerar juros que a França paga aos Bancos centrais e por incrível que pareça, esse montante é contabilizado na ajuda pública ao desenvolvimento da França aos países da UEMOA.

A França, a partir da conta de operação, não só rouba aos países da zona franca a metade das suas receitas de exportação, mas também importa gratuitamente todas as matérias primas necessárias para alimentar as suas indústrias, através de uma simples escritura contabilística de crédito na conta de operação do montante que deveria pagar.
Como podem constatar, as consequências da conta de operação são múltiplas e bloqueia toda a possibilidade da industrialização dos países da zona CFA.

Desde 1945 até hoje, ninguém sabe, nem o BCEAO, o montante exato detido nessa conta de operações, pois a França nunca lhe tornou público.

O segundo principio é a fixação de taxa de câmbio fixo do FCFA indexado a Euro (1 euro = 655 FCFA). A UEMOA adotou um regime de taxa de câmbio fixo, o que significa que o valor do FCFA no mercado mundial  depende do valor do Euro. Em outras palavras, os países da UEMOA não têm controlo da sua política de câmbio e como o euro é uma moeda forte então os produtos desses países custam muito caro no exterior e dessa maneira não são competitivos. Se não podemos vender o nosso produto no exterior, a nossa exportação vai diminuir enquanto que as importações continuam aumentar, então a balança comercial será deficitária. Como já importamos as divisas, acusamos também os défices de capitais. A acumulação dos défices da balança comercial e dos capitais  provoca défice da balança de pagamentos, o que é extremamente preocupante.

Com a taxa de câmbio fixo, os países da UEMOA não podem decidir sobre a desvalorização do FCFA nos momentos das crises económicas para aumentar a competitividade (protecionismo monetário), nem da sua valorização durante diferentes ciclos económicos que pode ser necessária para um bom funcionamento das suas economias. O mais grave é que a França é obrigada a informar à União Europeia sobre qualquer eventual modificação dos acordos monetários com os países da UEMOA e deve obter uma aprovação prévia da comissão europeia.

Outra consequência da paridade FCFA e Euro é o seu custo, que muitas vezes obriga os países membros a adoptar políticas de austeridade, reduzindo drasticamente as despesas públicas (educação, transportes, saúde, administração pública, etc.). Os países da UEMOA podiam evitar este rigor monetário inútil se a taxa de câmbio não fosse fixa e que o FCFA não estivesse indexado ao euro.

Há uma gestão absurda da taxa de câmbio na zona CFA, pois a indexação ao Euro significa um enforcamento de todo tipo de competição internacional. A França nos convenceu que é uma boa coisa ter uma moeda forte e estável porque com isso vamos desenvolver rapidamente, mas que na realidade é falsa. Sabemos que na Coreia de Sul, 1 euro custa 1.207 Wons, mas o salário médio anual é de $32.000 dólares por ano. No Vietnam, 1 euro custa 23.958 Dongs, mas eles são o segundo exportador mundial do arroz. No Irão, 1 euro custa 31.396 riais e sabemos todos que o Irão não more de fome e do medo.

Terceiro e último princípio que gostaria de analisar é a livre convertibilidade do FCFA, que significa teoricamente que o FCFA pode ser convertido para qualquer moeda internacional. Na prática, o FCFA não é uma moeda convertível, pois não tem nenhum valor no exterior dos países que o utiliza como a moeda nacional. A prova disso é que não se pode trocar o FCFA em nenhum país europeu e do mundo, nem mesmo na França.  Esse princípio se aplica só entre os países membros da zona CFA e a França. Essa moeada facilita  apenas os investimentos franceses na África, o repatriamento dos capitais e a importação da França das matérias primas africanas e bloqueia todo o tipo de trocas comerciais entre os países da UEMOA e dos países exteriores da zona CFA.

À margem de tudo isso, podemos mesmo questionar se a UEMOA é uma zona monetária ótima.

A teoria económica da Zona Monetária Ótima do economista Robert Mundell (1961), prémio Nobel da economia 1999, estipula que se as economias locais de diferentes países da mesma região são homogéneas/idênticas e que esses países respondem da mesma maneira aos choques externos, eles podem adoptar uma única moeda, mas caso contrário, é melhor que cada país conserve a sua própria moeda adoptando um sistema de taxa de câmbio flexível que servirá de meio de regulação para a estabilização da sua política económica.

Baseando na teoria acima citada, podemos constatar facilmente que a União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA) não é uma zona monetária ótima. Existe, pois, uma forte heterogeneidade das estruturas económicas dos países da UEMOA onde três tipos de economias coexistem e não reagem da mesma forma aos choques externos. Como se sabe, as economias dos países do Sahel são fortemente dependentes das condições climáticas (Burkina-Fasso, Mali e Níger); as economias relativamente industrializadas e com forte incidência nos domínios de serviços (Cotê D’Ivoire e Senegal) e finalmente as economias costeiras com uma dinâmica no comércio de importação e Exportação (Benin, Togo, Guiné-Bissau). 

Com essas análises, considerando a complexidade da situação e os aspectos políticos com os acordos secretos militares assinados entre os estados africanos e a França e a não otimização da zona UEMOA para uma moeda única e a total dependência dos países oeste africanos aos países ocidentais, estamos confrontados com uma situação critica, que, se não fizermos nada agora, estaremos condenados à uma vida de miséria para a eternidade.

Na minha opinião, duas soluções temporárias podem ser consideradas a curto e ao médio prazo, até que conseguimos ser soberanos, para depois assumirmos com firmeza o destino do nosso continente.

Primeiramente, a moeda, como pilar da economia à volta da qual diferentes programas se articulam, é indispensável e é precisoo que os países africanos tenham em mão o seu controlo. Para o fazer, é urgente a retirada dos representantes da França no Conselho da Administração do BCEAO e a abolição da obrigação de depositar 50% das divisas provenientes do resultado das nossas receitas de exportação na Conta de Operações aberta no Tesouro Público francês, para que possamos ter o controlo da nossa política monetária, por conseguinte controlar a nossa massa monetária (quantidade de dinheiro em circulação na zona CFA).

Com o controlo do BCEAO pelos africanos, poderemos controlar, consequentemente, os Bancos comerciais e definir uma melhor política de desenvolvimento nacional e regional. Controlando a nossa massa monetária, as vantagens serão várias: o pagamento regular dos salários dos funcionários públicos através dos tesouros públicos nacionais sob controle do Tesouro Público Sub-Regional, a capacidade de satisfazer as necessidades básicas das populações (alimentação, água potável, habitação, saúde, transportes, educação, energia, defesa e segurança, etc.).

A segunda solução é a Industrialização  das nossas economias para a transformação das nossas matérias primas agrícolas, minerais e energéticas. Ao mesmo tempo, devemos apostar na Criação das empresas públicas, privadas e mistas com uma política protecionista para reduzir as importações e aumentar as exportações, melhorando assim a nossa balança comercial e a balança de pagamento, pois só assim podemos desenvolver  os nossos países.

Em conclusão, devemos assumir desde já o nosso próprio destino com acções concretas, a começar com a nossa política monetária, no quadro da UEMOA. E caso não o fizermos hoje, iremos correr o risco de hipotecar indefinidamente o futuro dos nossos países e das gerações vindouras.

Lassana Mané, Economista e Planificador  Financeiro


"MARROCOS PODE AJUDAR GUINÉ-BISSAU APROXIMAR-SE AO MUNDO ÁRABE" DIZ FERNANDO VAZ


Bissau,29 Mai 15 (ANG) - O Presidente do partido União Patriótica Guineense (UPG), na oposição, disse que o Reino de Marrocos servirá de porta de acesso da Guiné-Bissau aos países árabes.

Em entrevista exclusiva à ANG sobre as vantagens da visita que o monarca marroquino está a efectuar a Guiné-Bissau, Fernando Vaz disse que a presença de Mohamed VI é um marco histórico, pois , desde a proclamação da independência é a primeira vez que um Rei efectua visita ao país.

" Historicamente, Marrocos é um país que apoia a Guiné-Bissau desde os princípios da luta armada. As primeiras armas que o PAIGC conseguiu obter na altura, foram doadas pelo avô do actual Rei", informou.

O líder da UPG fez questão de destacar que a visita ao país do Rei de Marrocos, é fruto do estreitamento de relações entre os dois países iniciado desde a vigência do Governo de Transição.

"Aliás, antes do Governo de Transição, os ex. falecidos Presidentes da Republica, Kumba Ialá e Malam Bacai Sanha tinham feitos gestos de aproximação com o Reino de Marrocos, tendo em conta a importância deste país para a abertura de uma porta para a Guiné-Bissau no relacionamento com os países árabes", explicou.

Fernando Vaz sublinhou que estrategicamente Marrocos é um país extremamente importante e de desenvolvimento médio, que poderá ajudar muito a Guiné-Bissau.

"Primeiro, porque Marrocos produz quase tudo, e pode ser um mercado alternativo para nós. Somos um mercado de preços porque o rendimento nacional é ainda muito baixo e as nossas famílias não têm poder de compra para adquirir produtos de qualidade", frisou.

«SUBIDA DE PREÇOS NO MERCADO» PRESIDENTE DOS RETALHISTAS RESPONSABILIZA EMPRESA "BISSAU LINK"


Bissau, 29 Mai 15 (ANG) - O Presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau (ARMGB) responsabiliza a empresa Bissau Link pelo aumento dos preços dos produtos da primeira necessidade no país.

Em declarações à Agência de Notícias da Guiné(ANG), Aliu Seidi disse que em 2014, a Bissau Link cobrava três milhões de francos cfa aos importadores por cada contentor de sumo.

“Hoje, o mesmo contentor é pago por cerca de quatro milhões de Francos Cfa”, acrescentou Seide que questiona este aumento.

Bissau Link é a empresa criada pelo governo e que se encarrega da fixação das taxas aduaneiras a pagar pelas mercadorias importadas.

Aliu Seidi informou que somente três produtos foram isentos de taxas na empresa Bissau Link, nomeadamente, a farinha, o arroz e açúcar.

Num inquérito feito pela ANG sobre a evolução dos preços, apurou-se que 50 quilogramas de arroz que custava 15.500 mil francos subiu para 16.500FCA, o açúcar saiu de 21.500FCA, para 23.500 cada saco e o óleo alimentar de 5litros que estava a 14.500fcfa cada caixa aumentou para 15.500CFA e o de 25 litros que custava no ano anterior 15.500 passou para 17.500 CFA.


O Presidente dos Retalhistas disse ter solicitado, mas sem sucesso, um encontro com os ministros da Economia e Finanças, do Comercio e a Associação dos Consumidores, para juntos poderem encontrar uma solução sobre o problema.

“Os retalhistas dependem dos importadores quanto ao aumento ou a diminuição dos preços dos produtos nos mercados. Eles também dependem das taxas e impostos cobrados pelo Estado”, esclareceu o Presidente dos Retalhistas.

Seidi considera de elevado os custos dos impostos e cobranças que são efectuadas aos retalhistas, desde o pagamento das senhas nos mercados cobrado pela Câmara Municipal às taxas de rendimento das finanças cobrados aos proprietários de terrenos e outros.

GOVERNO MOÇAMBICANO QUER ELIMINAR CASAMENTOS IMPOSTOS A RAPARIGAS DE 13 ANOS




A ministra do Género, Infância e Ação Social de Moçambique, Cidália Chaúque, afirmou hoje que o governo moçambicano pretende erradicar os casamentos impostos às raparigas de 13 anos, uma prática frequente que considera criminosa.

Falando aos jornalistas numa conferência em Barcelona, Cidália Chaúque considerou que "os casamentos prematuros são um crime" e afirmou que as famílias muitas vezes "vendem ou entregam para casamento raparigas de 13 e 14 anos para pagar dívidas com outras famílias".

Esta prática "depende da tradição cultural de cada província", assegurou a governante, citada pela agência espanhola EFE.

Dados do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) de 2011 dão conta de que o casamento prematuro em Moçambique afeta 14 por cento dos menores de 15 anos e até 48% dos adolescentes até 18 anos, e compromete o direito da rapariga à educação e à saúde.

Segundo a agência das Nações Unidas, "Moçambique tem uma das mais altas taxas de casamento prematuro do mundo".

"Práticas culturais específicas onde as crianças são consideradas prontas para o casamento depois dos ritos de iniciação contribuem para a alta taxa de casamentos prematuros", afirma o UNICEF na sua página da Internet.

A província mais afetada por esta prática é a de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, com 68% dos casos de raparigas casadas antes dos 18 anos, seguida de Manica, com 64%, e Zambézia (62%), ambas localizadas no centro do país.

A região de Gaza, no sul de Moçambique, tem uma taxa reduzida de casamentos prematuros (33%), a província de Maputo regista uma quota de 27%, enquanto a menor taxa se assinala na cidade de Maputo, capital do país, com 21%.

A zona sul do país regista, no entanto, taxas significativas de infeção por vírus VIH, que provoca a Sida, na ordem 25% na província de Gaza, em contraste com a média de 11,5% de todo o país.

Cidália Chaúque destacou o impacto da transmissão do vírus para as raparigas menores de idades, sobretudo em Gaza, onde os parceiros vão trabalhar para a África do Sul, o país mais infetado a nível mundial, de acordo com estimativas das Nações Unidas.

"Há maridos que sabem que estão infetados, mas não tomam precauções e acabam por passar o vírus para suas esposas", assegurou Cidália Chauque, assinalando a proximidade fronteiriça entre Moçambique e África do Sul.

A titular da pasta do Género, Infância e Ação Social de Moçambique garante que as políticas do seu ministério centram-se na "criação de condições para que a igualdade de género seja uma realidade" no país.

Esta semana, Cidália Chaúqu reuniu-se com a presidente do Parlamento catalão, Núria de Gispert, o ministro regional para diferentes entidades, bem como com Instituto Catalão da Mulher e da Secretaria de Relações Exteriores Social e Bem-Estar Familiar, Neus e Munté.

Em declarações aos jornalistas, a diretora da Agência Catalã de Cooperação para o Desenvolvimento (ACCD), Marta Macias, considerou que "as políticas de género do governo de Moçambique são muito semelhantes às da Catalunha, mas lá (Moçambique) é muito mais difícil de implementar".



MMT // APN

Lusa/Fim

«ANGOLA» ESTRANGEIROS EXPULSOS DISPARAM PARA 2 MIL NUMA SEMANA


O número de estrangeiros expulsos de Angola por permanência ilegal aumentou mais de 50 por cento na última semana, para quase 2.000, segundo dados disponibilizados hoje à Lusa pelo Serviço de Migração e Estrangeiros (SME).

Os números dizem respeito ao período entre 21 e 27 de maio, com o SME a expulsar de Angola 1.997 estrangeiros, por via administrativa e judicial, face aos quase 1.300 na semana anterior.

Além disso, indicam os números oficiais do SME, estão contabilizados atualmente, através dos Centros de Detenção de Estrangeiros Ilegais, 691 cidadãos detidos, por situação irregular no país, que "aguardam a formalização das respetivas expulsões".

São maioritariamente (343) da República Democrática do Congo (RDCongo), mas há também 92 cidadãos da Guiné-Conacri na mesma situação, de acordo com os dados.

Segundo informações que as autoridades angolanas vão tornando públicas, um dos focos da incidência destas situações de permanência ilegal no país acontece no interior norte de Angola, com centenas de cidadãos da vizinha RDCongo detidos no garimpo, também ilegal, de diamantes.

Ainda segundo o balanço mais recente do SME, no mesmo período, por infrações migratórias, foram aplicadas multas a 152 cidadãos e 21 empresas.


«MOHAMED VI EM BISSAU» "A VISITA VAI PERMITIR A REACTIVAÇÃO DOS ACORDOS HISTÓRICOS ENTRE OS DOIS PAÍSES" DIZ O PRIMEIRO-MINISTRO

Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira

Bissau,28 Mai 15(ANG) - O Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira afirmou que a visita do Rei de Marrocos à Guiné-Bissau “tem uma única expectativa de sermos capazes de reactivar aquilo que era as relações históricas que ligam os dois povos”.

Mohamed VI chegou por volta das 14H45 à Bissau num Boeing 747 e a sua espera estavam o Presidente José Mário Vaz, o Presidente do Parlamento Guineense, Cipriano Cassama e o Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira.

Em declarações à imprensa no aeroporto, Simões Pereira disse que o Reino de Marrocos foi um aliado incondicional da Guiné-Bissau, acrescentando que este será uma ocasião bastante feliz para se renovar aquele sentimento.

Instado a falar dos acordos previstos para serem rubricados entre os dois países, o Primeiro-Ministro sublinhou que todos os acordos são importantes em vários domínios e áreas e que está convencido de que vão trazer benefícios mútuos.

A ministra da Justiça da Guiné-Bissau, Carmelita Pires disse, por sua vez, que a Guiné-Bissau e Marrocos vão assinar um Plano de Acção no sector da justiça que abrange as reformas no sector judiciário.

O ministro da Energia e Industria, Florentino Mendes Pereira, disse que se aguarda com grande expectativa a visita do Rei de Marrocos à Guiné-Bissau, frisando que está prevista a assinatura de acordos no domínio energético entre a Empresa marroquina de Energia e da Agência Marroquina de Energia Solar com as suas congéneres guineenses.

GUINÉ-BISSAU E MARROCOS ASSINAM 16 ACORDOS DE COOPERAÇÃO



Bissau, 29 Mai 15 (ANG) - A Guiné-Bissau e Marrocos assinaram quinta-feira em Bissau 16 acordos de cooperação nomeadamente em sectores de segurança, negócios estrangeiros, pescas, agricultura, energia e protecção social.

A assinatura dos acordos foi testemunhada pelo Rei de Marrocos, Mohammed VI e o Presidente, José Mário Vaz, tendo sido efectuada por alguns ministros guineenses com os congéneres marroquinos que integram a comitiva do monarca.

Embora não tenham sido divulgados pormenores sobre o conteúdo de todos os acordos, o relativo aos negócios estrangeiros permite aos dois países acordar na supressão dos vistos em passaportes diplomáticos e de serviço e reconhecimento mutuo das cartas de condução.

O primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, disse esperar vantagens mútuas para ambos os Estados com a assinatura destes acordos e convenções, tendo no entanto reconhecido que, neste caso, a Guiné-Bissau é que necessita mais.

Mais de 50 operadores económicos acompanham o Rei nesta sua visita e, segundo o presidente da Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços, Braima Camará, podem fazer investimentos consideráveis na Guiné-Bissau caso prevaleça o ambiente de negócios, paz e estabilidade política que actualmente se vive.

O Rei Mohamed VI cumpre hoje segundo dia de uma visita de três dias à Guiné-Bissau, onde chegou na quinta-feira vindo do Senegal.

Trata-se de uma visita de amizade e trabalho realizado no quadro de uma digressão por países africanos que deve levar o Rei marroquino à Costa do marfim e Gabão.