segunda-feira, 31 de março de 2014

O CANDIDATO DO PRS, ABEL ENCADA: JULGÁVAMOS QUE O DR. KUMBA YALÁ IRIA ESTAR SEMPRE AO LADO DO SEU PARTIDO, MAS DESTA VEZ AS COISAS FORAM PARAR "A TORRE DE BABEL"

Abel Incada abandona os negócios para ser um Presidente que garanta investimentos, paz e estabilidade à Guiné-Bissau. Ele é candidato do PRS e disputa pela primeira vez eleições sem a sua principal figura, Kumba Yalá.
Considerado pelos militantes do PRS, Partido da Renovação Social, como sendo "o homem do momento, promotor da paz e estabilidade", o empresário conhecido no ramo da construção civil, Abel Incada, tem pela frente a difícil tarefa de suceder Kumba Yalá líder carismático dos renovadores. Este, apoia um outro candidato independente nas eleições gerais da Guiné-Bissau marcadas para 13 de abril.
O homem do partido faz questão de vincar a sua personalidade: "Fui escolhido pelo PRS, Kumba Yalá é um líder carismático, portanto não podemos falar do PRS sem falar dele. O Dr. Kumba Yalá tem a sua liderança e a sua maneira de ser, é uma pessoa que admiro. Pensávamos que ele iria estar sempre ao lado do seu partido, mas desta vez as coisas são diferentes."
Abel Incada pretende ser um Presidente isento e árbitro do sistema democrático, mas que trabalhará em cooperação com o Governo para atrair investimentos para a Guiné-Bissau.

O candidato já faz promessas nesse sentido: "Serei um árbitro isento, isso quer dizer que estou a falar da separação de poderes. Sendo eu o árbitro e fiscalizador destas instituições serei sempre isento e irei colaborar para fazer com que estas instituições funcionem."


Negócios para trás
Até esta data, Abel Incada era o primeiro vice-presidente da Câmara do Comércio, Industria, Agricultura e Serviços, tendo nos últimos tempos exercido funções de responsável máximo desta instituição devido à saída do seu presidente, Braima Camara, também para as lides políticas.

O candidato do PRS garante que os negócios ficarão para trás em nome da política, no caso de vitória nas próximas eleições: "A política é sempre acompanhada pela área económica, mas sendo empresário e assumindo as funções vou deixar de ser empresário. De facto eu sou o candidato ideal do PRS."
Do projeto político de Abel Incada para a presidência guineense, destaca-se a união entre as etnias e a estabilização do país. "A minha primeira tarefa seria unir e pacificar os guineenses. Na Guiné-Bissau nehuma etnia tem mais força que a outra. Todas somos iguais e por isso devemos trabalhar juntos para que a Guiné saia do marasmo em que se encontra", diz o candidato.


Promessas de reformas
O ainda empresário garante uma reforma profunda do aparelho de Estado, com uma atenção especial para as reformas no seio das Forças Armadas guineenses.

"No que diz respeito ao militares, como sabem, é uma reforma que já começou e que de facto vai merecer a nossa atenção. A reforma na àrea da defesa e segurança é necessária para que seja constituído um exército republicano a defender os interesses do país."
Com o apoio do Partido, Abel Incada não tem dúvidas que a vitória é certa para mudar rumo dos acontecimentos na Guiné-Bissau.

E ao nível das relações exterenas o candidato pretende empenhar-se para obter mais apoios para o país: "Vou jogar o meu papel como Presidente da República, colaborar com a comunidade internacional, para que de facto apoie a Guiné-Bissau, porque o país merece e achamos que a comunidade internacional vai perceber-nos"
Limpar a péssima imagem que o país tem é outra aposta de Incada. "Vamos vender a imagem da Guiné-Bissau e fazer uma diplomacia mesmo forte, para que de facto a imagem da Guiné-Bissau seja melhorada, uma vez que ela já foi apelidada de várias coisas, até de Estado-narcotráfico. Vamos ultrapassar tudo isso", promete.

DW.DE

GUINÉ-BISSAU: CNE MUITO PREOCUPADA


Comissão Nacional de Eleições na Guiné Bissau disse: esta muito aflito...porque há centenas de cartões de eleitores que ainda não foram entregues aos titulares!  

MARAM CABEÇA CANTOU PARA O CANDIDATO PAULO GOMES "MANDJUAS"

DOMINGOS SIMÕES PEREIRA MENCIONOU HOJE, NUM ENCONTRO COM JOVENS EM BISSAU, OS NOMES DOS FUTEBOLISTAS LUSO-GUINEENSES: CARLOS MANÉ E BRUMA, CLASSIFICANDO-OS COMO "ELEMENTOS QUE TRAZEM ORGULHO" AOS GUINEENSES


Os futebolistas luso-guineenses Carlos Mané e Bruma foram hoje nomes em destaque num comício de Domingos Simões Pereira, cabeça de lista do PAIGC às eleições legislativas de 13 de abril na Guiné-Bissau.
Num encontro com jovens em Bissau, Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), classificou os dois jovens jogadores como "elementos que trazem orgulho" aos guineenses.
"Quando ouvimos o nome de Carlos Mané a ser considerado um jogador revelação em Portugal e o Bruma a marcar golos na Turquia ficamos todos orgulhosos" enquanto guineenses, disse Simões Pereira.
Sportinguista assumido e praticante de futebol, o candidato a primeiro-ministro da Guiné-Bissau afirmou que os nomes dos dois jogadores fazem parte de um rol de personalidades nascidas na Guiné-Bissau, "mas que só lá fora são reconhecidos".
Domingos Simões Pereira, presidente do clube de velhas glórias do futebol guineense, diz que se for eleito primeiro-ministro nas eleições gerais de 13 de abril vai diligenciar no sentido de o governo homenagear essas personalidades.
Além dos dois jogadores nascidos na Guiné-Bissau, mas formados no Sporting, em Portugal, o dirigente político destacou hoje outro guineense, Carlos Lopes, secretário-geral adjunto das Nações Unidas e secretário executivo da Comissão Económica para África, com sede em Addis Abeba, Etiópia.
O órgão é atualmente a principal estrutura da ONU dedicada ao continente africano agregando mais de 300 economistas.
Para o presidente do PAIGC, pessoas como Carlos Lopes, Carlos Mané, Bruma ou ainda o cantor Zé Manel, que em 2010 foi galardoado com o prémio Kora (que distingue os melhores da musica africana) na África do Sul, "honram o nome da Guiné-Bissau" pelo que, acrescentou, "merecem ser distinguidos" pelos guineenses.



http://desporto.sapo.pt/

CONFERÊNCIA DEBATE NO PORTO: "VIDA E OBRA" DE AMÍLCAR LOPES CABRAL


SENEGAL FECHA FRONTEIRA COM GUINÉ CONAKRY POR MOTIVOS DA ÉBOLA


O Senegal fechou a fronteira com a Guiné Conacry a fim de evitar um contágio do surto de Ebola, que já matou pelo menos 70 pessoas no país vizinho.
O Ministro do Interior do Senegal anunciou o fechamento da fronteira no sábado e pediu também que as autoridades na região de Kolda, no sul do país, fechassem o mercado semanal que atrai milhares de pessoas da Guiné Conacry, Gâmbia e da Guiné-Bissau.
A GuinéConacry confirmou na semana passada que os testes com várias vítimas da febre hemorrágica no sul do país deram positivo para o Ebola. Oito casos foram confirmados em Conakry, capital do país, e as autoridades da Libéria e Sierra Leoa estão também investigando casos suspeitos.
Os sintomas da febre hemorrágica podem imitar os da malária, mas à medida que a doença progride, pode levar a mortes terríveis com os pacientes sangrando internamente e externamente.

Fonte: Associated Press.

GUINÉ-BISSAU VENDE MAIS DO QUE COMPRA À EUROPA! MESMO ASSIM: A GUINÉ-BISSAU É ÚNICO PAÍS AFRICANO COM LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA QUE NÃO FOI CONVIDADO PARA CIMEIRA UE-ÁFRICA

 As trocas comerciais entre a Guiné-Bissau e a União Europeia são favoráveis ao país africano em mais de 90 milhões de euros, revelam os dados do Eurostat, que mostram que as importações europeias são praticamente inexistentes.

De acordo com os números do organismo oficial das estatísticas da União Europeia, a Guiné-Bissau exportou, no ano passado, bens e serviços equivalentes a 91,8 milhões de euros, tendo importado apenas 1,4 milhões, o que resulta numa balança comercial favorável em mais de 90 milhões de euros.

As exportações, aliás, têm vindo quase sempre a aumentar desde, pelo menos, 2008, com exceção de uma pequena quebra em 2010 e no ano passado, mas sempre próximo ou acima dos 70 milhões de euros, ao passo que as importações mantiveram-se sempre abaixo dos 6 milhões de euros, o que resulta numa balança comercial largamente favorável ao país africano.

A Guiné-Bissau é o único país africano com língua oficial portuguesa que não foi convidado para a cimeira UE-África, uma vez que não existe um governo legítimo reconhecido pelos europeus, explica à Lusa a investigadora em assuntos africanos do Instituto Real de Relações Internacionais britânico (Chatham House), Elisabete Azevedo-Harman.

"A Guiné-Bissau não foi convidada porque a União Europeia definiu que só convidaria se a 02 de abril já existisse um governo legítimo reconhecido pela UE, mas isso será impossível porque as eleições serão a 13 de abril; é uma questão de coerência da UE, que não convidou a Guiné-Bissau para nenhum momento oficial desde 2012, mas neste contexto, a duas semanas de eleições, a não ser consistência burocrática, não vejo grande ganho para nenhum dos dois", critica a investigadora.

Elisabete Azevedo-Harman explica que "a UE aceitou enviar observadores à Guiné-Bissau, o que mostra a existência de diálogo institucional entre dois", razão pela qual considera que os europeus "estão a ser mais papistas do que o papa em não ter a Guiné-Bissau nesta cimeira", até porque "dos cinco PALOP, é o que vai precisar de mais auxílio da UE".


http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3787484&seccao=Europa

PAI DO PRIMEIRO MINISTRO PORTUGUÊS, PASSOS COELHO DIZ NÃO SE REVER NESTE PORTUGAL

A descolonização portuguesa foi feita "à pressa" em Angola, país que ficou entregue a partidos armados que faziam guerra em vez de política, afirmou hoje o médico António Passos Coelho, que há 40 anos vivia em Luanda. O pai do primeiro-ministro disse ainda não se rever neste Portugal.

A Revolução de Abril apanhou o médico pneumologista em Luanda, onde residia com a mulher e os quatro filhos, entre eles o atual primeiro-ministro, e ocupava o cargo de diretor de hospital e chefe do serviço de combate à tuberculose.

Nascido em Vale de Nogueiras há 87 anos, em Vila Real, António Passos Coelho deixou o Caramulo em 1970 para embarcar naquela que viria a classificar como a "loucura africana", ao aceitar o desafio lançado pelo então ministro do Ultramar de organizar um serviço de pneumologia moderno em Angola.

Esta passagem por África inspirou, anos mais tarde, o livro "Angola, amor impossível", em que o autor aborda a guerra, o 25 de Abril e a descolonização.

Na altura, encontrou uma Angola onde a "vida era normalíssima" e apenas do norte e leste chegavam alguns relatos da atividade da guerrilha. Primeiro passou pelo Bié e, só depois, se instalou na capital para colocar em funcionamento um novo e moderno hospital.

A notícia da revolução foi-lhe dada por uma enfermeira, mas não ligou. O "puto", como em Angola chamavam à metrópole, estava demasiado longe, mas depois o país africano "entrou em efervescência".

DN

domingo, 30 de março de 2014

FILHO DE KHADAFI PEDE PERDÃO AO POVO DA LÍBIA


Saadi, filho de Muammar Khadafi, pediu perdão ao povo da Líbia durante uma entrevista televisiva efetuada na prisão onde se encontra detido em Tripoli, após ter sido extraditado pelo Níger no início do mês.
Comandante das forças especiais durante a governação do pai, Saadi fugiu do país após a revolução de 2011 que derrubou Muammar Khadafi.

CASO DE ÉBOLA DETECTADO NO CANADÁ

Uma pessoa que apresenta os sintomas de uma febre hemorrágica, semelhantes aos provocados pelo vírus Ébola, foi hospitalizada no Canadá pouco depois de ter regressado da África Ocidental, anunciaram os serviços de saúde canadianos.

O doente regressou recentemente dos países onde se registam casos de Ébola, como na Libéria, disse Denise Werker, diretora adjunta da Direção dos Serviços de Saúde da província de Saskatchewan (oeste do Canadá).

"Tudo o que sabemos nesta altura é que temos uma pessoa extremamente doente e que se deslocou a um desses países onde a doença foi detetada", afirmou a mesma responsável, durante uma conferência de imprensa transmitida pela televisão.

Denise Werker referiu-se aos casos mortais de febre hemorrágica em África.

Hoje, os serviços de saúde da Libéria indicaram a existência de seis casos suspeitos de Ébola, que provocaram a morte a cinco pessoas, e 87 outros casos foram detetados na Guiné Conacri.

A responsável canadiana indicou que o paciente que se encontra internado está "em situação de isolamento" e as pessoas com quem convive estão de quarentena e já foram submetidas a análises.


VASCO LOURENÇO: PORTUGAL COMBATEU CONTRA OS MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO AFRICANOS DURANTE 13 ANOS


O português foi um dos militares que organizou o golpe de 25 de Abril. Na altura, a guerra colonial não tinha fim à vista. Por isso, o capitão decidiu deitar abaixo o regime em nome do prestígio das Forças Armadas.
Antes de ir para a guerra na Guiné-Bissau, em 1969, o militar português Vasco Lourenço propôs um lema para o seu batalhão: "contrariados, mas vamos". Porém, o lema não foi aprovado.

Portugal combateu contra os movimentos de libertação africanos durante 13 anos. À semelhança do que acontecera na Índia portuguesa, o regime ditatorial parecia lutar teimosamente contra o inevitável – a concessão dos territórios no chamado Ultramar.

Muitos militares começam a conspirar, Vasco Lourenço era um deles. Para o então capitão, a solução para o conflito colonial só podia ser política. Mas, em 1973, o Governo português publicou um decreto que facilitava o acesso aos quadros permanentes das Forças Armadas, antevendo assim a continuação do esforço de guerra. Foi o princípio do fim.

Vasco Lourenço insurgiu-se contra o decreto. Começou a conspirar contra a ditadura fascista e convenceu os colegas de que era necessário recuperar o prestígio das Forças Armadas junto da população, que associava os militares ao regime ditatorial. Segundo Vasco Lourenço, só havia uma forma de fazer isso: derrubar o Governo.

DW África: Houve algum episódio que o tenha marcado particularmente quando combateu na Guiné-Bissau?

Vasco Lourenço (VL): Houve uma situação que alterou radicalmente a minha maneira de estar perante a guerra e perante o próprio país. Em determinado momento, descobri uma rede de informações no seio da população e de elementos de milícias guineenses que lutavam comigo em operações militares.

Descobri que não havia nenhuma operação que fizéssemos em que eles não enviassem alguém ao Senegal, do outro lado da fronteira, a informar sobre o que íamos fazer. E descobri que o chefe dessa rede de informações, um milícia chamado Bori, tinha morrido numa emboscada, mesmo ao meu lado, cerca de quinze dias antes de eu descobrir a rede.
Isso chocou-me profundamente. Dei por mim a questionar-me e a pensar: "Que raio de guerra é esta em que um indivíduo acaba por ser morto pelos próprios companheiros? E aí, depois de alguma discussão com os meus alferes e furriéis sobre estes pontos de vista, cheguei à conclusão que quem estava certo eram eles, que estavam a lutar pela independência e pela liberdade.
Eu é que estava errado e estava ali a mais. É evidente que esta perceção não caiu do céu, já se vinha formando há bastante tempo. Mas é aí que se dá o clique e percebo que, de facto, a guerra é injusta e ilegítima. E que não posso participar mais naquela guerra.

DW África: Temia-se na Guiné-Bissau uma segunda Índia?

VL: Era diferente. Na Índia, era absolutamente utópico pensar em resistir naquelas condições à invasão que a União Indiana fez. Portanto, houve a derrota militar. Depois, houve a atitude miserável do Governo, que atacou os militares como bode expiatório do que se tinha passado.

Na Guiné-Bissau era diferente. Essa derrota militar não se daria como se deu na Índia, porque, em termos militares, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) não tinha forças para derrotar daquela maneira as forças portuguesas.

Os guineenses tinham zonas que controlavam bastante bem e a que nós tínhamos imensa dificuldade em chegar, principalmente a partir do momento em que perdemos o apoio da Força Aérea. Mas eles também não conseguiam desalojar-nos da generalidade dos sítios onde estávamos. Portanto, a guerra, em termos militares, poder-se-ia ter prolongado bastante. Não, o problema era político.

DW África: E era uma teimosia…

VL: Era a política. Repare, nunca as Forças Armadas declararam a guerra em qualquer sítio do mundo. Quem declara a guerra são os políticos.

Portugal estava surdo, cego e mudo aos ventos da História. Achavam que estávamos orgulhosamente sós. Sós, mas orgulhosamente. Andávamos a defender os valores que eles achavam ser os valores da civilização cristã e ocidental. Estávamos sozinhos, porque éramos nós que determinávamos quais eram esses valores e assumíamo-nos, isolados, como os seus defensores.
A generalidade dos países ditos nossos aliados apoiava os nossos adversários, direta ou indiretamente. O próprio Papa [Paulo VI] recebeu os líderes dos movimentos de libertação. Portanto, a questão era essencialmente política. É isso, aliás, que está na origem do 25 de Abril.

DW África: Recorda-se de algum episódio que espelhe as dificuldades de organizar o golpe de Estado?

VL: Eu posso-lhe contar vários. Mas há um que mostra como tínhamos de ir tateando… Numa reunião clandestina [em dezembro de 1973], há um major de Cavalaria que se levanta e diz: "Eu ouvi aqui falar em direito à autodeterminação e independência… Mas isso é traição! Eu estou aqui a mais." Ficámos todos a olhar: "O que é isto? De onde caiu este pássaro?" Ele percebeu a situação dramática em que estava e, até pelas características dele, um homem extraordinariamente conservador, mas honesto de princípio, diz: "Eu dou a minha palavra de honra. Vou-me embora mas não conto nada do que aqui se passou".

Eu, que estava a moderar a reunião, olhei rapidamente para a malta e digo: "Podes ir embora, mas lembra-te da promessa que acabaste de fazer. Se abrires a boca, qualquer dia chocas aí com uma coisa fria ou com uma coisa quente sem saberes de onde vem. Vê lá o que é que vais fazer." Ele responde: "Não, eu dou a minha palavra de honra que não digo nada".

Isto mostra, de facto, as dificuldades que nós tivemos. Vamos discutindo a necessidade de um programa político…
Temos a noção de que, quando fizermos um golpe de Estado, temos que apresentar um programa político, porque senão era só mudar as moscas e o resto ficava na mesma. Depois, escolhemos os generais Costa Gomes e Spínola para os convidar para liderarem o movimento – na condição de aceitarem o programa político que aprovámos – e, a seguir, dá-se o voto de confiança à comissão coordenadora e à direção (o Vítor Alves, o Otelo e eu próprio) para levarem à prática estas decisões.

Depois, sou posto fora do circuito, com uma situação rocambolesca, porque sou "raptado" pelos meus camaradas para demonstrarem que eu até queria ir, eles é que não me deixavam. Depois estive preso. Mas, de facto, é extraordinariamente complicado.

DW África: O que previa o programa político do Movimento dos Capitães no capítulo da descolonização?

VL: Direito à autodeterminação e independência. Isso depois é alterado no dia 25 de Abril à noite por pressão do general Spínola. É uma das falhas que o processo teve e que vem a ter consequências dramáticas para Portugal e para os portugueses.

Porque quando o programa é difundido e a nossa posição favorável à autodeterminação e independência dos povos, que tinha sido discutida com o próprio general Spínola, foi substituída por qualquer coisa do estilo "continuação de uma política ultramarina que leve à paz", muito "soft", os movimentos de libertação recrudesceram no esforço de guerra. E, entre o 25 de Abril e o fim da guerra, nós portugueses sofremos mais de 400 mortes.

DW África: Foi preso a 9 de março de 1974 e estava nos Açores quando foi o 25 de Abril. Como recebeu a notícia?

VL: Tinha combinado com o Otelo o envio de um telegrama em código para a sogra do Melo Antunes. Precisamente para despistar. E, no dia 24, foi recebido um telegrama com o código que eu tinha mandado ao Otelo "Tia Aurora segue Estados Unidos da América 25.0300. Um abraço, primo António".
Eu tinha-lhe mandado um texto que era "Tia Aurora segue". Depois, ele teria de pôr o local para onde seguiria um avião na data/hora que ele depois colocaria. "Um abraço, primo António", eu tinha posto. Portanto, o que ele preencheu foi só "Estados Unidos da América 25.0300", que era dia 25 às três da manhã.

DW África: O 25 de Abril correspondeu às suas expectativas?

VL: Dir-lhe-ei que sou otimista. Em termos militares, correspondeu. A minha reação imediata quando ouvi "Aqui Posto de Comando" no Rádio Clube Português [o anúncio dos militares revolucionários, que acabavam de assumir o controlo da rádio] foi "ganhámos!". Estava convencido que íamos ganhar.

Além disso, a reação de apoio que tivemos foi incomensuravelmente maior do que aquela de que estávamos à espera, o que nos influenciou decisivamente. Depois, na sua generalidade, as consequências corresponderam ao que eu ambicionava: a solução para a guerra colonial, o direito dos povos à autodeterminação e independência, e, em Portugal, a instalação de uma democracia política, a criação de uma sociedade muito mais justa, mais desenvolvida e o sair do isolamento internacional em que nós estávamos. Infelizmente, isso hoje está tudo a perder-se.

DW África: Ao olhar para o Portugal de hoje, foi esta a democracia que queria quando organizou o golpe de Estado?

VL: A de hoje não. Hoje somos um protectorado, um país ocupado por forças estrangeiras – pela Alemanha principalmente.

Depois, somos um país que foi assaltado por elementos que ocuparam o poder que se mostram como herdeiros dos elementos que foram vencidos no 25 de Abril e atuam como estando a querer vingar-se do que aconteceu no 25 de Abril. Estão a destruir tudo o que podem destruir que cheire a 25 de Abril. Estão a fazê-lo como capatazes das forças estrangeiras. Tem que ver com a situação internacional que se vive, onde o poder financeiro assume, de facto, o domínio da situação e está a destruir por completo tudo aquilo que foi alcançado pela luta dos cidadãos de todo o mundo nestes últimos 200 anos.

Hoje, em Portugal, temos a democracia formal, mas isso não chega. A Justiça não funciona. Todos os avanços que se deram na saúde, educação, segurança social estão a desaparecer. E, por isso mesmo, este não era de maneira nenhuma o país que eu ambicionava quando arranquei para o 25 de Abril.

MÁRIO SOARES DISSE QUE: "TEM MUITA HONRA EM TER PARTICIPADO NA DESCOLONIZAÇÃO"


O ex-Presidente português foi o primeiro a pegar na pasta dos Negócios Estrangeiros após a revolução de 25 de Abril. Em entrevista, Soares fala sobre a descolonização e faz o balanço de 40 anos de liberdade em Portugal.
Mário Soares, 89 anos, esteve na linha da frente da oposição à ditadura fascista em Portugal. Foi preso várias vezes pelo regime ditatorial e esteve exilado em São Tomé e Príncipe e em França.

Foi no exílio que Mário Soares recebeu a notícia do golpe de Estado de 25 de Abril de 1974. Assim que soube o que se estava a passar, apanhou um comboio com destino a Portugal. O histórico do Partido Socialista (PS) português regressou com três ideias para o país: democratizar, desenvolver e descolonizar.

No dia em que foi empossado como ministro dos Negócios Estrangeiros do novo Governo, Mário Soares foi logo para Dacar, a capital senegalesa, para iniciar conversações com o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Na Zâmbia, Soares protagonizou, com Samora Machel, o chamado "abraço de Lusaca", nas negociações de Portugal com a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).

Mas muitos continuam a criticar a forma como Mário Soares fez a descolonização. Particularmente os portugueses que tiveram que fugir das ex-colónias, os "retornados".

DW África: Como recebeu a notícia do 25 de Abril?

Mário Soares (MS): Estava justamente na Alemanha a convite do meu amigo Willy Brandt [ex-chanceler alemão]. Estava com a minha mulher e com mais dois camaradas meus, que eram também dirigentes do Partido Socialista.

Na véspera, falámos com o ministro das Finanças alemão [Helmut Schmidt], que tinha estado na guerra de Espanha. Ele era todo a favor de Espanha e achava que Portugal não tinha assim grande importância. Ele disse-me: "Olhe que vocês só se podem libertar da ditadura [de António Salazar e Marcello Caetano] quando houver a libertação do Franco, em Espanha". E eu disse-lhe: "Olhe que não é assim, nós somos os primeiros a libertar-nos, antes da Espanha e da Grécia", como realmente fomos. Estivemos toda a noite a discutir isso. No dia seguinte, de manhã cedo, telefona a responsável pelos partidos socialistas estrangeiros que iam lá a Alemanha. E diz: "Afinal, parece que tem razão, está-se a passar qualquer coisa em Portugal."

DW África: O 25 de Abril foi uma surpresa?

MS: Não, porque eu estava sempre à espera que houvesse uma revolução. Eu sabia que o que se estava a passar era uma coisa absurda. E cheguei a Portugal com três ideias na cabeça – muito simples, mas importantíssimas. A primeira era descolonizar, a segunda era democratizar e a terceira era desenvolver o país.

Enquanto estive [no exílio] em Paris, tinha tido muitos contactos com os africanos que lá iam, que me iam cumprimentar e diziam: "O que é que se vai passar, como é que se vai passar?" A minha primeira ideia era descolonizar. […] Sem descolonização não se passaria a nada, porque a guerra continuaria. E eu fui, de facto, a primeira pessoa que chegou a Angola e disse: "Vocês vão ser independentes!" Já era ministro dos Negócios Estrangeiros, diga-se.

DW África: Noutras entrevistas, disse que tinha em mente uma "descolonização possível". O que é que isto significava?

MS: Significava que queria chegar e ter a descolonização para parar com as guerras. E, de facto, é preciso ver que, quando cheguei, não sabia o que se ia passar. Logo no primeiro dia, o general António de Spínola [primeiro Presidente português após a revolução] acreditava que era possível manter uma espécie de acordo e fazer a paz com as colónias, ficando elas colónias. Eu disse-lhe logo que isso não tinha sentido nenhum e que tínhamos de dar a independência às colónias – sem isso nada feito. Por isso é que eu digo, descolonizar em primeiro lugar, não havia democracia possível sem isso.

DW África: Esteve em Lusaca (Zâmbia) para negociar a independência de Moçambique. Encontrou-se com Samora Machel, da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). No início das conversações, dá a Samora Machel um abraço. Por que decidiu pôr o protocolo de lado e abraçar Samora Machel?

MS: Eu não decidi nada. Foi uma coisa completamente espontânea. O Kenneth Kaunda [ex-Presidente da Zâmbia] disse-me: "Meu caro senhor, isto vai-se passar assim: há uma grande mesa onde está, de um lado, todo o ministério, eu próprio e os embaixadores e, do outro, estão os jornalistas de todos os países do mundo. O senhor entra por um lado e o Samora entra pelo outro. Fazem uma vénia e ficam cada um no seu lugar. E eu faço um discurso." Eu pensei com os meus botões: "Este Kaunda julga que eu sou inglês, mas eu não sou inglês." Ele fazia tudo à inglesa. "Eu não sou inglês, sou português. É uma coisa muito diferente." Portugal já existia antes de existir a Inglaterra propriamente dita. E eu disse-lhe: "Está bem, sim senhor, vamos ver." E assim foi.

Entrámos os dois. E o Samora, que eu não conhecia, fez um sorriso amplo. Eu fiz um sorriso mais amplo e, sem fazermos o que queria o Kaunda, fomos ao encontro um do outro e demos um grande abraço. Foi o chamado abraço de Lusaca. Invertemos todo o protocolo e, a partir do abraço, toda a gente começou a bater palmas, jornalistas incluídos. O Kaunda nem chegou a falar.

DW África: Que repercussões teve este abraço? Porque era um abraço simbólico…

MS: Era um abraço simbólico. Mas, ao mesmo tempo, foi um abraço de um tipo que era muito hábil e muito inteligente, que era o Samora, e de eu próprio: ambos queríamos fazer a mesma coisa, que era fazer a paz através da independência.
DW África: Podia ter-se evitado a guerra civil em Angola ou Moçambique se a descolonização tivesse sido feita de outra forma?

MS: Não. Ou a descolonização era feita a sério ou não. Porque o regime de Salazar não acreditava sequer que isso fosse possível. Depois, com Marcello Caetano, a emenda foi pior que o soneto, porque eles queriam fazer umas pequeninas coisas mas acabaram por não conseguir fazer nada. Eles não eram a favor da descolonização. Não percebiam a importância que tinha a descolonização feita em paz. E, realmente, eu tive dificuldades em vários países europeus. Diziam: "Mas vocês querem fazer a descolonização neste tempo?" Queremos.

Porque eu convivi com todos eles, desde o tempo em que havia uma coisa que se chamava a Casa dos Estudantes do Império. Eles traziam os melhores estudantes africanos para cá. Foi o ninho de onde saiu tudo para fazer a revolução. Os que eram de Angola queriam a independência de Angola, os de Moçambique queriam a independência de Moçambique e por aí fora. E isso apagou-se, porque todos são independentes.

DW África: Disse que o processo de descolonização foi exemplar face às condições no Portugal pós-revolução. Continuar a pensar assim?

MS: Pois foi. Houve tiros? Não houve. Houve lutas? Não houve. Houve paz? Houve. A paz é o principal. E o bom relacionamento que fica em virtude da paz.

Depois, quando houve guerras entre eles, claro que nós não podíamos tomar partido. Quando me diziam: "Você é do Savimbi!". Não sou. "Você é do MPLA!" Não sou. "O que é que você é?" Sou de Angola, sou a favor de Angola e da independência em Angola, mas não me tenho que meter nas vossas lutas. Queria era que vocês fizessem a paz entre vocês. E lutei por isso. Não foi possível.

DW África: Que balanço faz hoje da descolonização, olhando também para as dificuldades que a maior parte das ex-colónias portuguesas ainda está a enfrentar?

MS: Bem, as dificuldades resultam de várias circunstâncias… Mas a verdade é que não têm assim grandes dificuldades. Porque Angola é um país riquíssimo – tem petróleo, diamantes e muitas outras coisas por explorar. Moçambique é hoje tão rico ou mais do que Angola, porque, além de tudo, tem gás natural, também tem petróleo e, cada vez mais, está-se a ver que vai ser um país de uma riqueza enorme.
Enquanto foram colónias ninguém sabia que havia petróleo. Quando disseram ao Salazar que parecia haver petróleo em Angola, ele pôs a mão na cabeça e disse: "Que desastre maior é que nos vai suceder ainda?" Era a visão dele. Enquanto eles foram colónias ninguém se interessou pelo que eram as colónias. Queriam era extrair dinheiro de lá para trazer para cá. Mais nada.

DW África: De qualquer das formas, hoje continua muita gente a viver na pobreza…

MS: Pois continua. Mas isso é outra questão. É a questão social. Haver ou não haver dirigentes competentes. Isso agora já é com eles, não é connosco.

DW África: Continua a ouvir críticas dos retornados?

MS: De vez em quando, os chamados "retornados" dizem… Mas, na altura, eu fui condenadíssimo por causa da descolonização. […] Os retornados nunca perceberam que foi a sorte grande que lhes saiu. Nunca perceberam isso. Vieram para Portugal em condições difíceis, é verdade. Porque se assustaram e fugiram. Chegaram a trazer automóveis; outros nem isso, não trouxeram nada. E nós arranjámos uma solução para lhes dar tudo. Demos-lhe dinheiro, casas… Fomos nós! Porque logo a seguir fui presidente do Governo e, por isso, dirigia essa questão.

[…] E eles a dizerem: "Você roubou Angola e vendeu Angola aos russos…." Tudo isso, claro, são mentiras puras. E, realmente, estou muito orgulhoso do que se fez com a descolonização. Tenho muita honra em ter participado nisso ativamente. 

DW África: Olhando para trás e para os dias de hoje, Portugal tornou-se o país por que lutou, por que foi preso e por que esteve no exílio?

MS: Depois do 25 de Abril, Portugal foi um país extraordinário. Nós fizemos tudo. Entrámos na União Europeia, um grande gesto. Desenvolvemos uma política social imensa. Tivemos um serviço nacional de saúde gratuito. Houve respeito pelos sindicatos de todas as naturezas. E o diálogo social entre sindicatos e empresas para fazermos a concertação social. Tudo isso se fez. Fizemos um país que, até à crise, era um país extraordinário.

Agora, há uma crise social? Há! Há uma crise política? Há! Há uma crise moral? Há! Sobretudo moral e ética. Há uma crise sobre todos os aspetos atualmente. E isso está a destruir Portugal ou está a tentar destruir Portugal.

NUNO GOMES NABIAM QUER MUDAR IMAGEM EXTERNA DA GUINÉ-BISSAU


 O atual presidente da Agência de Aviação Civil da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, é o candidato apoiado pelo ex-Presidente Kumba Ialá. Se for eleito nas eleições de 13 de abril, pretende estabilizar o país.
Engenheiro formado na Rússia em aviação civil, Nuno Gomes Nabiam, de 50 anos, é candidata-se como independente, mas com apoio de uma das alas do Partido da Renovação Social (PRS), a segunda maior força política da Guiné-Bissau.
O presidente da Agência de Aviação Civil, até aqui um desconhecido na cena politica guineense, está a ser orientado pelo antigo Presidente do país Kumba Ialá, fundador do PRS.
Segundo Nuno Nabima, Kumba Ialá, que classifica como “um político incontornável no sistema político da Guiné-Bissau” entendeu que “é hora de dar oportunidade aos jovens, para criar uma certa dinâmica na governação”. Sublinha ainda que “o país só tem a ganhar com isso”.
O apoio de Kumba Ialá a Nuno Nabiam é uma indicação clara de que o PRS enfrenta divisões profundas, já que a cúpula partidária já apontou um outro candidato, na figura do empresário Abel Incada.
Nuno Nabiam, apresentou-se esta terça-feira (25.03) como candidato às eleições presidenciais de 13 de Abril como forma de ajudar a “mudar a imagem e estabilizar o país”, que, acrescentou, tem sido destruído por conflitos políticos e armados desde a independência até hoje.

“Depois da independência, houve muitas perturbações a nível da governação. O país está onde está hoje por causa da instabilidade, o que não ajudou de forma alguma ao desenvolvimento do país. E foi isso que me motivou a candidatar-me”, explicou.
Assume-se como um “candidato de consenso”, que “poderá de facto juntar a família guineense” e que vai apostar no saber para que a Guiné-Bissau possa sair da situação em que se encontra”.
O candidato disse que pode ajudar a criar um clima de entendimento com o Governo, promover o desenvolvimento e ainda dar as condições de base, nomeadamente água potável, energia eléctrica da rede pública, saúde e educação. Se ganhar as eleições, afirma que a sua prioridade será “trabalhar com o Governo que sair das eleições legislativas”, concentrando-se então “nos aspectos fundamentais do desenvolvimento”.
Remodelação militar
Nuno Nabiam disse que conta com o apoio de uma grande franja dos jovens e mulheres para ser eleito "próximo Presidente" da Guiné-Bissau, acrescentando que espera também o voto de António Indjai, actual chefe das Forças Armadas, que conhece desde os tempos me que ambos eram estudantes em Kiev.
Sobre as remodelações das chefias militares que muitos defendem com o mais ideal para a estabilização do país, Nuno Nabiam defende um modelo diferente. “A reforma não é só do setor de defesa e segurança. Tem de ser a todos os níveis”, sublinhou, defendendo que a remodelação das chefias militares “tem de ser bem pensada”.
Caso seja eleito presidente, promete recuperar os princípios e valores da sociedade guineense, para construir um Estado que proteja os interesses e os ideais dos seus cidadãos.

DW.DE

PRESIDENTE DO GANA VAI DIRIGIR OS DESTINOS DA CEDEAO


A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) elegeu o chefe de Estado ganês,  John Dramani Mahama, para presidente da organização sub-regional. A pacificação do Mali e a transição política da Guiné-Bissau são os principais desafios.

A quadragésima quarta cimeira ordinária dos chefes de Estado e do Governo da Organização Sub-Regional, CEDEAO, terminou este sábado, em Yamoussoukro, Costa do Marfim, com a transferência de poder de Alassane Ouattara, chefe de Estado marfinense para o seu homólogo ganês, John Mahama, que foi eleito para dirigir os destinos da organização nos próximos dois anos.

Neste encontro esteve presente o primeiro- ministro cabo-verdiano, José Maria Neves que no final, em declaraçõess à imprensa, afirmou que o arquipélago passa a ter um tratamento especial na comunidade: "Ficou assente que a CEDEAO através da sua comissão irá estudar mecanismos específicos para um tratamento especial a Cabo Verde, mas tratámos também a questão da segurança marítima e a questão das mudanças climáticas e o seu impacto em Cabo Verde. Insistimos com a CEDEAO no sentido de encontrarmos uma estratégia para o desenvolvimento da economia marítima".

No entanto nesta cimeira, não houve consenso quanto ao acordo de parceria económica entre a CEDEAO e a União Europeia. Estes acordos de comércio livre têm sido travados por vários países africanos que dizem não ter capacidade concorrencial com a Europa.

http://novasdaguinebissau.blogspot.pt/2014/03/presidente-do-gana-vai-dirigir-os.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+NovasDaGuinBissau+(Novas+da+Guin%C3%A9+Bissau)

CEDEAO AVISOU: PARA QUE OS MILITARES, FORÇAS DE SEGURANÇA E POLÍTICOS GUINEENSES NÃO SE METEREM NO DECORRER PROCESSO ELEITORAL

Os países vizinhos da Guiné-Bissau lançaram no sábado em Yamoussoukro, Costa do Marfim, um aviso para que os militares, forças de segurança e políticos guineenses não interfiram com as eleições gerais marcadas para 13 de abril.

Na 44.ª cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), presidentes e governantes «alertaram os membros das forças de defesa e segurança, assim como a classe política na Guiné-Bissau contra quaisquer atos que possam interferir na serenidade do processo eleitoral», refere o comunicado final do encontro.

«Os autores de tais atos teriam de enfrentar duras consequências», acrescenta.

http://www.tvi24.iol.pt/503/internacional/guine-bissau-guine-bissau-eleicoes-eleicoes-gerais-tvi24/1548391-4073.html

sábado, 29 de março de 2014

A 1ª EDIÇÃO DE "BAMBARAM DE APILI" JÁ COMEÇOU HOJE EM LISBOA


Bambaram de Apili: KUMSADA

Venha assistir “Bambaram di Apili” um evento dedicado a todas as mulheres, a "Apili", é uma "mulher de muitas faces", desde a geração que veio dos palcos da guerra colonial, até a "Apili" dos dias de hoje, nesta sessão vamos debater temas como:

- As principais conquistas da mulher após 40 anos de independência

- Acesso a escolaridade obrigatória e ao ensino superior

- Prostituição, HIV/SIDA

- Inclusão Social das Mulheres Guineenses na Diáspora

Junto segue em  anexo o nosso spot, faz o melhor que puderes!

Esta 1ª edição de “Bambaram de Apili” acontece no próximo dia 29 de Março às 15h,

na Universidade Lusófona de Lisboa, junto ao campo grande, com a presença de:

Kadidja Monteiro - Jornalista
Tchambu Djassi - Coronel na Reserva e Ex-Combatente da Liberdade da Pátria
Drª Clara Saraiva - Professora e investigadora da Universidade Nova de Lisboa
Drª Magdala Gusmão - Presidente da Associaçã Comunidária
Drª Sandita Intchasso - Jurista CNAI Lisboa
Drª. Mariama Dias - Especialista de Doenças Infecto-Contagiosas (HFF)
Esperança Carvalho – Mulher Guineense


Entrada gratuita
Não perca! Faça parte de Bambaram de Apili











Saiba mais no facebook:   “Bambaram di Apili” Facebook/ site

https://www.facebook.com/BambaramDiApili?fref=ts

PORTUGUESES TRABALHAM MUITO POUCO, DIZ EURODEPUTADO AUSTRÍACO! "PANELA NA FALA CALERON CA BU TISNAN...AFINAL, I CA ANÓS SÓ "AFRICANUS" CU TA SINTA BAS DI BANANEIRA


O eurodeputado e cabeça de lista às eleições europeias do FPÖ (extrema-direita austríaca) afirmou que na União Europeia "só os alemães e os austríacos" é que trabalham, entre outras opiniões polémicas divulgadas esta semana.

"Todos se riem dos alemães e dos austríacos, dos portugueses aos [europeus] do Leste, dos suecos aos sicilianos, não se pode levá-los a sério, porque eles têm todos só um metro e sessenta", afirmou Andreas Mölzer, eurodeputado austríaco. Estas palavras foram proferidas num comício do FPÖ em Viena no mês passado, mas só foram publicadas esta semana pela revista do jornal alemão Süddeutsche Zeitung.
"Nós [alemães e austríacos] somos os únicos que cumprem horários. Somos os únicos que começam a trabalhar às nove em vez de às onze", disse ainda Mölzer, argumentando que a Europa vai a caminho de se tornar "o caos total".
A publicação das declarações de Mölzer pelo "Süddeutsche Zeitung" suscitou críticas na Áustria. "Tal atitude é inaceitável. Mölzer deve demitir-se", disse ao jornal "Kurier" Jörg Leichtfried, porta-voz do SPÖ (socialistas, no governo).
No mesmo discurso, Mölzer também fez um paralelo entre a "ditadura de Bruxelas" e o regime nazi. Para o candidato do FPÖ, em comparação com a União Europeia "o Terceiro Reich era tímido e liberal".
Os judeus austríacos reagiram às afirmações de Mölzer. Numa declaração citada pela televisão ORF, Oskar Deutsch, presidente de uma associação cultural da comunidade judaica de Viena, disse que "gente desta não devia poder representar a Áustria" nas instituições europeias.
DN

CASAMENTI ENTRE: "HOMI CU HOMI" OU MINDJER CU "MINDJER" I CETADU DJA NA INGLATERRA...É PUDI DJA DJUPA BOCA DI CUMPANHER "WATCHA CATCHAU"


Os primeiros casamentos homossexuais foram hoje celebrados após a meia-noite em Inglaterra e no País de Gales, após a entrada em vigor de uma lei há muito aguardada.

Uma lei histórica a legalizar o casamento homossexual entrou em vigor sábado pouco depois das 00.00 em Inglaterra e no País de Gales, última etapa de um longo combate dos defensores dos direitos dos homossexuais.
Os primeiros casamentos entre gays e lésbicas foram de imediato celebrados na esperança de serem os primeiros casais dizerem "sim", um momento classificado como "importante para o país" pelo primeiro-ministro britânico David Cameron.
"Para o dizer em palavras simples, deixou de ter importância na Grã-Bretanha ser-se heterossexual ou homossexual - o Estado reconhecerá a vossa relação da mesma maneira", disse Cameron.
Esta reforma, na qual os defensores dos direitos homossexuais se empenharam vivamente, é sobretudo simbólica, já que os casais homossexuais beneficiam dos mesmos direitos parentais que os heterossexuais: podem adotar, recorrer à procriação medicamente assistida e a uma mãe de aluguer, desde que não seja remunerada. Podem também, desde 2005, unir-se no quadro de uma união civil.
Uma sondagem publicada sexta-feira pela rádio BBC junto de 1007 britânico revela que cerca de 22% dos inquiridos recusariam um convite para assistirem a um casamento gay, ainda que 68% seja favorável a esta reforma.